Corpos híbridos e florestas nômades em Juan Darién e Mal dos trópicos

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Autores

  • Ricardo José Gonçalves Duarte Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Palavras-chave:

corpo, híbrido, subjetividades

Resumo

O presente artigo almeja discorrer a representação artística de possíveis uniões e de hibridismo estabelecidos através de pactos presentes nas narrativas do conto uruguaio Juan Darién e do filme tailandês Mal dos Trópicos. Argumento que essas obras trazem os corpos como lugares de experimentações ao traçar uma “aliança biopolítica”, entre o humano e o não-humano, contra o antropocêntrico, fazendo surgir novas possibilidades de corpos, subjetividades e afetos. Para tal, também faz-se importante a discussão de espaços lisos e estriados como conceitualizados por Deleuze e Guattari para discutir como o espaço da floresta, paisagem presente nas duas obras, pode propiciar essas alianças através do  nomadismo. Remetendo às discussões do liso e do estriado e da visão cosmológica, o artigo pretende levantar a hipótese que as as relações interespécies efetuadas nas duas obras aqui discutidas devem ser vistas como uma possibilidade estética de representação de possíveis linhas de fuga através de pactos híbridos pós-humanos.

Biografia do Autor

Ricardo José Gonçalves Duarte Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Graduado em Cinema e Audiovisual pela UFPE (2015) e atual mestrando do programa de Comunicação e Cultura da UFRJ, onde desenvolve a pesquisa “Dândis, Drags e Bichas Pintosas: O Camp no Cinema Queer Brasileiro Contemporâneo” sob orientação de Denilson Lopes. Seu campo de interesse envolve cinema contemporâneo, camp, estética, e estudos queers.

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Publicado

2017-11-16

Como Citar

DUARTE FILHO, Ricardo José Gonçalves. Corpos híbridos e florestas nômades em Juan Darién e Mal dos trópicos. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 17, p. 350–369, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1609. Acesso em: 20 abr. 2024.