Uma discussão sobre o ser e o ente em A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector

Visualizações: 1019

Autores

  • Marco Antonio Hruschka Teles Universidade Estadual de Maringá
  • Evely Vânia Libanori Universidade Estadual de Maringá

Palavras-chave:

Clarice Lispector, A paixão segundo G.H., Existencialismo, Angústia, Ser.

Resumo

Propõe-se, no presente artigo, uma análise do romance A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector, à luz da filosofia existencialista, notadamente a partir das concepções abordadas por Martin Heidegger em Ser e Tempo (2015). Privilegia-se a primeira parte do romance, na qual a personagem G.H. ainda não havia entrado em contato com a barata, momento de tensão e reviravolta na trama, denominado por Affonso Romano de Sant’Anna (2013) como “revelação epifânica”. Antes desse encontro, a existência de G.H. caracterizava-se como inautêntica, pois baseava-se em relações superficiais com os entes com quem convivia. Os conceitos de Ser e Ente são discutidos, levando em consideração o momento da personagem G.H. no romance mencionado. Além disso, os termos angústia e impessoal possuem relevância no trabalho no intuito de compreender a personagem, suas características, suas atitudes e sua postura perante o mundo.

 

Biografia do Autor

Marco Antonio Hruschka Teles, Universidade Estadual de Maringá

Marco Antonio Hruschka Teles, nascido em Ivaiporã em 26 de agosto de 1986. Mora em Maringá onde completou graduação (2009) em Letras - Português/Francês e mestrado (2017) em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Maringá. Atua como professor de língua francesa e é membro da Academia de Letras de Maringá.

Evely Vânia Libanori, Universidade Estadual de Maringá

Sou professora do Departamento de Teorias Linguísticas e Literárias da Universidade Estadual de Maringá desde 1997. Fiz mestrado e doutorado na UNESP/Assis. Estou à frente do GAIA (Grupo de Atividades Interdisciplinares sobre os Animais), grupo de pesquisa cadastrado no CNPq e que estuda libertação animal, ética animal, veganismo. Sou coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Letras (PLE) desde setembro de 2012 até o presente momento.

Referências

GENETTE, Gérard. Figuras III. Trad. Ana Alencar. 1. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2017.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. rev. e apres. de Marcia Sá Cavalcante Schuback; pósfácio de Emmanuel Carneiro Leão. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2015.

LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. Trad. José Geraldo Couto. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

NUNES, Benedito. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. 2. ed. São Paulo: Editora Ática, 1995.

OLIVEIRA, Solange Ribeiro de. A barata e a crisálida: o romance de Clarice Lispector. Rio de Janeiro: José Olympio; [Brasília]: INL, 1985.

OLSON, Robert G. Introdução ao existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1970.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Com Clarice. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Ap. e notas Arlette Elkaïm-Sartre; trad. João Batista Kreuch. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

WALDMAN, Berta. Clarice Lispector: a paixão segundo C.L. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Escuta, 1992.

Downloads

Publicado

2018-05-25

Como Citar

HRUSCHKA TELES, Marco Antonio; LIBANORI, Evely Vânia. Uma discussão sobre o ser e o ente em A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 18, p. 343–363, 2018. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/2383. Acesso em: 19 abr. 2024.