Rompendo silêncios: questões de gênero e memória em Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa.
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Em Sinfonia em Branco (2001), de Adriana Lisboa, a narrativa deflagra mulheres fraturadas pela experiência brutal do trauma. Os desdobramentos da agressão sexual sofrida por Clarice afetam tanto sua mãe, Otacília, quanto sua irmã Maria Inês, e as três mulheres trilham caminhos e pautam escolhas diferentes, mas que revelam que cada uma resistiu à sua maneira. O corpo feminino, mesmo quando em silêncio, fala e é nele que são inscritas histórias violentas que denunciam temáticas como estupro, omissão, incesto, pedofilia, perda da infância. A autora problematiza a disciplinarização desses corpos e a misoginia para converter essa sinfonia, a princípio cheia de lacunas e interdições, em afetos e alteridade. O objetivo deste trabalho é verificar como as ferramentas literárias dão conta das tensões que permeiam a obra a fim de revelar uma representação feminina para além das práticas e discursos patriarcais opressores. Para tal, analisaremos o livro sob a perspectiva de duas chaves teóricas principais: os estudos feministas e de gênero; os estudos da memória. Utilizaremos os arcabouços teóricos de estudiosas como Beatriz Sarlo (2007), Elisabeth Grosz (2000), Guacira Lopes Louro (2010), Michael Pollak (1992), Michelle Perrot (2003; 2017), e Rebecca Solnit (2017).
Referências
Referências
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