#Matheusa no twitter: enquadramentos e negação do sujeito trans
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O trabalho apresenta resultados de pesquisa realizada no Twitter acerca do caso #Matheusa Passareli, estudante de 21 anos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ativista LGBTQI+, que se posicionava como não binária e foi brutalmente assassinada em abril de 2018. Analisamos comentários em tweets e retweets sobre o caso feitos via @bbcbrasil, que em grande parte evidenciaram posturas reacionárias sobre gênero e sexualidade. Trata-se de pesquisa etnográfica na internet, cujas reflexões são construídas com base em estudos sobre performatividade do gênero e teoria Queer (BUTLER, 2003; LOURO, 2003), sobre a dimensão sociopolítica e ideológica de identidades em interações (MOITA LOPES, 2010; BIONDO E SIGNORINI, 2015) e sobre enquadramentos interacionais (GAMSON, 1992; ENTMAN, 2007). Nas interações analisadas, há enquadramentos da afirmação binária do gênero se sobrepondo à preocupação com o crime e com a crueldade do assassinato. Além disso, a subversão ao binarismo aparece como uma possível justificativa para o assassinato, evidenciando a abjeção de sujeitos que ousam subverter as normas tradicionais do gênero.
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