O passado transmutado: ficção e história em Torto Arado, de Itamar Vieira Junior
Visualizações: 115Palavras-chave:
“Romance histórico”; “Literatura brasileira”; “Ressignificação”.Resumo
Compreender os diversos fios que tecem a memória de um país configura um exercício habilidoso que requer um olhar além da superfície. Esse olhar, quase microscópico, permite ver o emaranhado de fios constituintes de uma memória, da história de um país, alcançando contextos, espaços e vozes que foram ignorados no processo de tessitura de muitos discursos vigentes. A relação entre literatura e história é uma pauta significativa no exercício das tessituras textuais que privilegiam a inserção do plural, o discurso do outro, as vivências e as memórias entretecidas ao longo do tempo. Esse exercício configura uma importante possibilidade de reinterpretação do passado histórico de um país. Nesse sentido, esse trabalho analisa o romance histórico Torto Arado (2019), de Itamar Vieira Junior, visando compreender a relação entre ficção e história presente no romance e seus efeitos de sentidos.
Referências
BAKHTIN, M. M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 3º ed. São Paulo: Unesp, 1993.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. São Paulo: Publifolha, 2002
ESTEVES, A. R. O romance histórico brasileiro contemporâneo: 1975-2000. São Paulo: Ed. UNESP, 2010.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
HUTCHEON, L. Poética do pós-modernismo: história, teoria, ficção. Tradução de Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
KRISTEVA, J. Introdução à semanálise. Tradução de Lúcia Helena França Ferraz. 2.ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
VIEIRA JUNIOR, Itamar. Torto Arado, São Paulo: Todavia, 2019.