A intrínseca relação entre o ensino de Língua Inglesa e o senso de identidade do aprendiz: um estudo aplicado

Resumo

Este artigo tem por objetivo analisar a intrínseca relação entre o senso de identidade do aluno de segunda língua no processo de ensino-aprendizado de Língua Inglesa, amparando-se, em especial, nos pressupostos teóricos de Rajagopalan (2003, 2012, 2013). Busca-se, para tanto, resgatar aspectos que circunscrevem a língua inglesa no contexto global, na influência cultural e dominante norte-americana e no estado da arte do ensino de língua estrangeira no Brasil. A desterritorialidade do seu status de língua franca é incoerente com a sua atribuição política de commodity, como é tratado no ensino brasileiro, culminando em um sentimento de inferioridade e subalternidade, de profundas implicações no aprendizado. Desta forma, propõe-se, na conseguinte pesquisa, a aplicação de um instrumento de sondagem de senso de identidade e da compreensão do idioma como língua franca, nos programas de extensão, de vigência na Universidade Estadual do Oeste do Paraná em 2018, campus Cascavel, Programa de Ensino de Línguas (PEL), aberto à comunidade externa, o programa Paraná Fala Inglês (PFI), restrito à comunidade interna da universidade, e alunos da rede particular e privada em Cascavel. O corpus da pesquisa foi analisado no Software WordSmith Tools, possibilitando o mapeamento do discurso dos alunos. Aportado, então, pela Linguística de Corpus, o armazenamento e processamento dos dados ressaltou que a maioria dos alunos sente-se confiante com relação ao seu próprio processo de aprendizagem do ESL. No entanto, foram identificados sentimentos de insegurança nesse mesmo processo, atrelados a uma concepção territorialista, de supremacia política e linguística, assumida a partir de um lugar de fala de subalternidade, além do sentimento de obrigação de dominar o idioma, tomando o falante nativo como parâmetro, o que vai de encontro à compreensão de World English.