NARRATIVAS DE INDÍGENAS DE DIFERENTES ETNIAS: O LETRAMENTO ACADÊMICO EM LÍNGUA PORTUGUESA

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Autores

  • Elza Sabino da Silva Bueno PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT
  • Neide Araújo Castilho Teno PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT
  • Sandra Espíndola PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT

Palavras-chave:

Letramento Acadêmico, Práticas Sociais de Letramento, Letramento Indígena

Resumo

Esse estudo discute questões relacionadas ao processo de aquisição de práticas sociais de letramento acadêmico em português, por estudantes indígenas das etnias Guarani e Terena que pertencem à Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa, em Dourados/MS. Ao acessar o sistema educacional acadêmico, esses estudantes se deparam com críticas de que sua escrita não condiz com a expectativa padrão da língua aceitável no meio universitário. Isso faz com que esses estudantes engrossem as estatísticas dos chamados ‘sub-representados’. Para respaldar essa discussão, utilizamos teóricos como Street (1984, 2000), que contrapõe dois modelos de letramento. O primeiro modelo, Modelo Autônomo centra-se em propósitos político-ideológicos próprios de uma perspectiva do mundo ocidental, cuja educação tem por base o neoliberalismo. O segundo modelo, dito Modelo Ideológico se delineia sobre a perspectiva da inserção do contexto sociocultural dos seus praticantes. Este estudo investiga a prática de letramento enquanto competência e habilidades de escrita indígena em língua portuguesa. O corpus do estudo constitui-se da escrita de dois textos de alunos indígenas, denominados de narrativas indígenas, tendo em vista seus diferentes eventos/práticas de letramento. Os dois textos analisados apontam para a necessidade da academia rever as políticas educacionais relacionadas à leitura e à produção escrita dos seus acadêmicos, pois se essas produções não correspondem ao esperado, acredita-se que seja necessária uma análise aprofundada desse quadro.

ABSTRACT: This study discusses those related to the process of acquiring academic exercises in Portuguese by indigenous students of the Guarani and Terena ethnic groups who belong to the Francisco Horta Barbosa Indigenous Reserve in Dourados/MS. By accessing the academic educational system, these students are faced with criticisms that their writing does not meet the standard expectation of acceptable language in the university environment. This causes these students to increase the statistics of the so-called 'underrepresented'. To support this discussion, we use theorists such as Street (1984, 2000), which contrasts two models of literacy. The first model, Autonomous Model focuses on political-ideological purposes proper of a Western world perspective, whose education is based on neoliberalism. The second model, said Ideological Model, is delineated on the perspective of the insertion of the sociocultural context of its practitioners. This study investigates the practice of literacy as an indigenous language competence and writing skills in Portuguese. The corpus of the study is the writing of two texts of indigenous students, called indigenous narratives, in view of their different literacy events/practices. The two texts analyzed point to the need for the academy to review educational policies related to reading and written production of its academics, because if these productions do not correspond to what is expected, it is believed that an in-depth analysis of this framework is necessary.

KEYWORDS: Academic Literacy. Social Practices of Literacy.  Indigenous Academic.

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Biografia do Autor

Elza Sabino da Silva Bueno, PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista - UNESP.  Docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS, onde ministra aulas na graduação e na pós-graduação. Vice-Coordenadora do Mestrado Profissional em Letras - PROFLETRAS/UEMS/Dourados e Professora do Mestrado Acadêmico em Letras da UEMS/Campo Grande. Coordena o projeto “Apoio à qualificação docente: o Profletras em Mato Grosso do Sul” com apoio financeiro da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul -  FUNDECT.

Neide Araújo Castilho Teno, PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT

Doutora em Educação pela da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Docente do PROFLETRAS/UEMS e do Mestrado Acadêmico em Letras – UEMS/Campo Grande onde orienta  na Linguística Aplicada e Formação de Professor, atua nos temas: Gêneros Textuais, Midiáticos; Linguagem e Ensino; Letramentos, Multiletramentos e Memorias. Compõe a equipe do Projeto “Apoio à qualificação docente: o Profletras em Mato Grosso do Sul” - FUNDECT.

Sandra Espíndola, PPGF-PROFLETRAS - UEMS/FUNDECT

Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Docente da UEMS, onde ministra aulas na graduação e no PROFLETRAS. Atua nos temas: Estudos Variacionistas, Português Falado na Fronteira, Linguística Aplicada e Formação de Professor. Compõe a equipe do Projeto “Apoio à qualificação docente: o Profletras em Mato Grosso do Sul” - FUNDECT.

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Publicado

17-09-2019

Como Citar

Bueno, E. S. da S., Teno, N. A. C., & Espíndola, S. (2019). NARRATIVAS DE INDÍGENAS DE DIFERENTES ETNIAS: O LETRAMENTO ACADÊMICO EM LÍNGUA PORTUGUESA. WEB REVISTA SOCIODIALETO, 9(27), 206–231. Recuperado de https://periodicosonline.uems.br/index.php/sociodialeto/article/view/7945