A HISTÓRIA SOCIAL DOS CONTATOS ENTRE O HUNSRÜCKISCH E O PORTUGUÊS EM DOMINGOS MARTINS - ESPÍRITO SANTO
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Contato linguístico, Imigração alemã no Espírito Santo, Manutenção/substituição linguística, Língua hunsrückischResumo
Este trabalho objetiva descrever a sócio-história do contato entre o hunsrückisch e o português na ex-colônia de Santa Isabel, atualmente Domingos Martins, Espírito Santo. Santa Isabel foi criada em 1847 e recebeu imigrantes de vários países europeus, como Bélgica, França, Itália e Suíça; todavia, a maioria dos colonos era germânica, e a língua predominante era o hunsrückisch. Os primeiros imigrantes separaram-se geograficamente em função de animosidades advindas de diferenças religiosas, formando dois núcleos: os católicos ficaram em Santa Isabel, enquanto os protestantes radicaram-se na atual Sede do município de Domingos Martins. Para alcançarmos nossos objetivos, realizamos 11 entrevistas com descendentes de imigrantes alemães da faixa etária entre 52 e 86 anos, nascidos e residentes em Santa Isabel e na Sede de Domingos Martins. Também buscamos informações nos Relatórios dos Presidentes da Província do Espírito Santo no período colonial e em obras que tratam dessa imigração, como Wagemann (1949), Raasch (2010), Vieira e Velten (2015), Rölke (2016) e Ferrari (2016). Pelas informações obtidas nas entrevistas e na literatura, até 1938, época em que as línguas estrangeiras foram proibidas pelo governo do então Presidente Getúlio Vargas, havia na colônia um ambiente propício para a manutenção das línguas trazidas pelos imigrantes. Embora os efeitos dessa proibição tenham sido nefastos, a região ainda hoje conta com falantes do hunsrückisch e seus moradores dizem orgulhar-se da cultura herdada de seus ancestrais. Por outro lado, a análise qualitativa dos dados, embasada em Weinreich (1970), Baker e Jones (1998) etc., leva-nos a crer que, nos núcleos urbanos, principalmente na comunidade de Santa Isabel, há um processo de substituição em curso do hunsrückisch.
ABSTRACT: This paper aims to describe the socio-history of the contact between the Hunsrückisch and Portuguese in the former colony of Santa Isabel, currently Domingos Martins, Espírito Santo. Santa Isabel was established in 1847 and received immigrants from different European countries, such as Belgium, France, Italy and Switzerland; however, most colonists were Germanic, and the predominant language was Hunsrückisch. The first immigrants were separated geographically due to animosities arising from religious differences, forming two nuclei: Catholics stayed in Santa Isabel, while Protestants settled in the current headquarters of Domingos Martins city. To achieve our goals, we conducted 11 interviews with descendants of German immigrants aged 52 to 86 years old, born and resident in Santa Isabel and Domingos Martins Headquarters. We also sought information in the Reports of Presidents of Espírito Santo Province in the colonial period and in works dealing with this immigration, such as Wagemann (1949), Raasch (2010), Vieira and Velten (2015), Rölke (2016) and Ferrari (2016). According to the information obtained in the interviews and in the literature, until 1938, when foreign languages were banned by the government of President Getúlio Vargas, there was a favorable environment in the colony for the maintenance of languages that were brought by immigrants. Although the effects of this banning have been harmful, the region still has Hunsrückisch speakers and its residents say they are proud of the inherited culture from their ancestors. On the other hand, the qualitative analysis of the data, based on Weinreich (1970), Baker and Jones (1998) etc., leads us to believe that, in urban centers, especially in the Santa Isabel community, there is a process of substitution in Hunsrückisch course.
KEYWORDS: Linguistic contact. German immigration in Espírito Santo. Maintenance/language replacement. Hunsrückisch language.
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