SOU INTÉRPRETE DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E NÃO ABRO MÃO DO MEU BLACK POWER: E AÍ... VÃO CONTINUAR DIZENDO QUE MEU AFROHAIR ATRAPALHA NA COMUNICAÇÃO?

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Autores

  • Roberto Cesar Reis da Costa Universidade Federal da Bahia
  • Sheila Batista Maia Santos Reis da Costa Universidade do Estado da Bahia

Palavras-chave:

Tradutor e Intérprete de Línguas de Sinais, Corpos Negros, Língua Brasileira de Sinais, Acessibilidade e Inclusão

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão sociocultural e política acerca de racismos (velados) com vistas ao empoderamento dos Tradutores e Intérpretes de Línguas de Sinais Negros e Negras. Estes Profissionais têm a responsabilidade de garantir inclusão linguística - acessibilidade comunicativa - entre surdos e ouvintes e vice-versa. Propomos então uma análise a partir do artigo 5º do Código de Ética, reinterpretando-o de acordo com artefatos da Cultura Negra. Problematizamos se os aspectos fenotípicos das Pessoas Negras, e elementos identitários e culturais nos seus trajes interferem de fato no momento da atuação enquanto tradutores/intérpretes de Libras; e se as características físicas dos corpos negros devem ser mutiladas e modificadas para se enquadrarem num padrão preestabelecido de “normalidade”. Em nossas análises, consideramos principalmente os cabelos, as vestimentas, a intensidade da luz e o design editorial para tons de peles negras. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, no qual buscou-se dialogar com autores que versam sobre Tradução da Libras e Design Editorial (RIGO, 2018; KRUSSER, 2017), Cultura Negra (FERREIRA, 2018; SOUZA 2012); Teoria das Cores (BACH JUNIOR, 2016), dentre outros teóricos. Temos considerado que a ideia de democracia racial no Brasil ainda é um mito, e que as discussões sobre a visibilidade dos intérpretes negros são relevantes tanto para o campo de Estudos da Cultura Negra quanto para a área dos Estudos da Tradução/Interpretação de Línguas de Sinais e Inclusão e Acessibilidade.

ABSTRACT: This paper sets forth a sociocultural and political reflection on (veiled) racisms for the empowerment the interpreters and translator of sign languages who are black. These professionals have the responsibility to guarantee a linguistic inclusion, that is the communicative access, among deaf and hearing individuals. Our aim is thus to put forward an analysis of Article 5 of the Code of Ethics in order to reinterpret it in accordance with the artifacts of Black Culture. We debate on (i) whether the phenotypic aspects of Black persons, as well as the cultural and identity features of their garments/costumes, interfere with the act of interpreting, and (ii) whether the physical characteristics of Black bodies must be maimed and modified just to be put into a customized pattern of “normality”. In our analyses, we consider mainly the hairstyle, the garbs, as well as the light intensity and the editorial design used/chosen for the black skins. This is a bibliographic review study that aimed at achieving a greater approximation among the topics which follow: Libras Translation and Editorial Design (RIGO, 2018; KRUSSER, 2017), Black Culture (FERREIRA, 2018; SOUZA 2012) and Color Theory (BACH JUNIOR, 2016). We have considered racial democracy in Brazil is still a myth, and discussions concerning the visibility of the Black interpreters/translators are of utmost importance not only for the field of Black Culture Studies, but also for the fields of Sign Language Translation Studies, Inclusion and Accessibility.

KEYWORDS: Sign languages translator and interpreter. Black bodies. Brazilian Sign Language. Inclusion and accessibility.

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Publicado

07-07-2020

Como Citar

Costa, R. C. R. da, & Costa, S. B. M. S. R. da. (2020). SOU INTÉRPRETE DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E NÃO ABRO MÃO DO MEU BLACK POWER: E AÍ. VÃO CONTINUAR DIZENDO QUE MEU AFROHAIR ATRAPALHA NA COMUNICAÇÃO?. WEB REVISTA SOCIODIALETO, 10(28), 194–219. Recuperado de https://periodicosonline.uems.br/index.php/sociodialeto/article/view/7974