PRECONCEITO LINGUÍSTICO: A TORRE DE BABEL DO CAPITALISMO TARDIO
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Linguística, Variação, Língua, Sociedade, EspaçoResumo
Em torno do fenômeno da variação linguística, circundam várias determinações sociais, mas observamos que o preconceito linguístico transparece principalmente por meio da situação econômica dos sujeitos. Este artigo busca analisar registros-enunciados da modalidade escrita em diferentes localizações do distrito de Santana do Sobrado, município de Casa Nova, Bahia. Tendo como objetivo, primeiro, a demonstração empírico-científica de como a segregação socioespacial estimula a consolidação de mitos e preconceitos sobre a língua, para, em seguida, instrumentalizar o combate a esse tipo de prática. Esta pesquisa se baseia nos estudos modernos da Linguística, nos postulados da Geopolítica e no método materialista histórico-dialético, na tentativa de estabelecer uma análise totalizante. Como fonte teórica para o desenvolvimento deste trabalho, podemos destacar Bagno (2015), Bakhtin (2006), Roma (2008) e Engels e Marx (2007). Este estudo reconhece que o fato de as fachadas do centro estarem de acordo com as variedades prestigiadas apenas mostram uma posição socioeconômica mais elevada dos donos desses pontos comerciais por poderem pagar pela confecção em gráficas, mas não significa categoricamente que tenham mais domínio da língua do que os comerciantes da periferia. Ainda assim, os pontos em que os anúncios estão fora do padrão sofrerão com o preconceito e, o que pode fazer com que haja menos sucesso comercial, não só porque a escrita transmite certo status, mas também porque se soma a isso a localização marginalizada. Em vista disso, a língua não pode ser analisada somente por considerações intralinguísticas, mas, sobretudo, por processos extralinguísticos. Quando algo é denominado de “erro” ou “desvio ortográfico”, tem-se apenas o encobrimento dogmático da heterogeneidade empiricamente comprovada que constitui uma realidade linguística. E o desprestígio de certas variantes em relação a outra é referente a um processo histórico exterior à língua.
ABSTRACT: Around the phenomenon of linguistic variation, various social determinations surround, but we observe that the linguistic prejudice is mainly reflected through the economic situation of the subjects. This article aims to analyze written-utterance records in different locations of Santana do Sobrado district, Casa Nova municipality, Bahia. Having as objective, first, the empirical-scientific demonstration of how the socio-spatial segregation stimulates the consolidation of myths and prejudices about the language, to then instrumentalize the fight against this kind of practice. This research is based on modern studies of Linguistics, the postulates of Geopolitics and the historical-dialectical materialist method, in an attempt to establish a totalizing analysis. As a theoretical source for the development of this work, we can highlight Bagno (2015), Bakhtin (2006), Roma (2008) and Engels and Marx (2007). This study recognizes that the fact that the center's façades are in keeping with the prestigious varieties only shows a higher socioeconomic position of the owners of these shops for being able to pay for printing in printers, but it does not categorically mean that they have more command of the language than they do. the merchants of the periphery. Still, the points where ads are out of standard will suffer from bias and, which can make them less commercially successful, not only because writing conveys a certain status, but also because it adds to the marginalized location. In view of this, language cannot be analyzed solely by intralinguistic considerations, but above all by extralinguistic processes. When something is termed "error" or "orthographic deviation," there is only the dogmatic cover-up of the empirically proven heterogeneity that constitutes a linguistic reality. And the disregard of certain variants in relation to another refers to a historical process outside the language.
KEYWORDS: Linguistics. Variation. Language. Society. Space.
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