A hidrografia de Nobres: interfaces entre léxico e ambiente na toponímia de Mato Grosso

The hydrography of Nobres: interfaces between lexicon and environment in the toponymy of Mato Grosso

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/sociodialeto.v14i42.8193

Palavras-chave:

Léxico, Toponímia, Nobres, Mato Grosso

Resumo

A atividade de nomear, específica da espécie humana, configura-se como uma necessidade de delimitar, referenciar e apreender uma realidade extralinguística. O topônimo, nome de lugar, por sua vez, reflete traços do ambiente físico e sócio-histórico-cultural de determinado espaço geográfico. O signo toponímico, portanto, pode ser analisado a partir de fatores linguísticos como a etimologia, a estrutura formal e taxionomia. Na perspectiva dos fatores extralinguísticos podem ser considerados traços do ambiente físico como fauna, da flora, do relevo e social como influências étnicas, mitológicas, históricas, culturais. O topônimo tem, pois, como função denominar lugares como cidades, bairros, praças, ruas, alamedas, dentre outros, e rios, córregos, cachoeiras, cabeceiras, cordilheiras, montanhas, etc. Nesse contexto, a Toponímia, subárea da Onomástica, tem como objeto de estudo os nomes de lugares. Este trabalho discute resultados de estudo dos 135 topônimos que nomeiam córregos, rios, ribeirões, lagos, lagoas, cachoeiras e cabeceiras do município de Nobres em Mato Grosso quanto à taxionomia, estrutura morfológica e língua de origem (DICK, 1992) e busca evidenciar interfaces entre léxico e ambiente físico e sócio-histórico-cultural na denominação de acidentes hidrográficos da região. O estudo evidenciou que, entre os 135 topônimos examinados, há um índice significativo de nomes que se reportam a aspectos da cultura indígena (Quebó, Guanadi, Borá); à ideia de pertencimento (... do Sérgio, do Tomás); à homenagem ao colonizador (Nobres), a elementos da cultura material (Planchão, Chapéu, Pilão). Quanto à base linguística, os 135 topônimos estão assim distribuídos: 31 (23,13%) são de origem indígena e quatro (2,96%) são nomes híbridos com um formante de base indígena.  Os outros 99 (73,88%) topônimos são oriundos da língua vernácula. Os topônimos de origem indígena relacionam-se essencialmente à fauna, à flora e à hidrografia. Registre-se, por fim, que os zootopônimos e os ergotopônimos representam as taxes com maior índice de ocorrências no corpus analisado.

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Biografia do Autor

Soeli Bento Clementi, PPGEL-UFMS

Doutoranda em Estudos de Linguagens pela UFMS/Campo Grande. Mestre em Estudos de Linguagens e Letramentos pela UEMS/Campo Grande.

Aparecida Negri Isquerdo, UFMS

Pesquisadora Sênior na UFMS. Docente permanente nos Programas de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens (FAALC) e em Letras (CPTL). Bolsista de Produtividade de Pesquisa – CNPq.

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Publicado

26-08-2024

Como Citar

Clementi, S. B., & Isquerdo, A. N. (2024). A hidrografia de Nobres: interfaces entre léxico e ambiente na toponímia de Mato Grosso: The hydrography of Nobres: interfaces between lexicon and environment in the toponymy of Mato Grosso. WEB REVISTA SOCIODIALETO, 14(42), 1–23. https://doi.org/10.61389/sociodialeto.v14i42.8193