Literaturas pós-autônomas e a poesia contemporânea
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https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6172Palavras-chave:
Pós-autonomia, Literatura contemporânea, Inespecificidade, Claudia Rankine, Roy David FrankelResumo
Não é novidade afirmar que a literatura moderna estava inserida no discurso de autonomia estética, pautado pelas noções de auto-referencialidade, compromisso indireto com a vida social e especificidade (LUDMER, 2010). As fronteiras que delineavam as artes eram bastante delimitadas, assim como as distinções entre realidade e ficção. Entretanto, na contemporaneidade, é notável o incremento do número de obras ficcionais que parecem questionar a autonomia do regime literário. Essas produções não só imbricam a literatura com a “hora histórica” (SÜSSEKIND, 2013), explorando debates políticos, históricos e sociais, como também parecem não compartilhar valores sobre o nosso entendimento de literário, pondo em xeque determinadas categorias de análises vigentes na modernidade. É a partir destas premissas que este texto busca analisar brevemente duas produções contemporâneas, a saber: o poema “Um grafite sobre um fundo muito branco” (2020), de Claudia Rankine, e o livro “Sessão” (2017), de Roy David Frankel, a fim de analisar de que maneira essas práticas remodelam a definição de literatura ao menos como a compreendemos na modernidade e apontam para uma nova forma de criação artística.
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