Guimarães Rosa:

um crítico-inventor

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DOI:

https://doi.org/10.61389/valittera.v1i8.7573

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, Modernismo, crítica, Ruptura

Resumo

Na última página de La rime et la vie, Meschonnic levanta uma questão que parece ser quintessencialmente rosiana: “Se não há o intempestivo no pensamento é ele ainda um pensamento” (1989, p. 361). Para Meschonnic, a resposta é simples: um pensamento que não se faz intempestivo apenas se mantém prête-à-penser a mesma coisa sempre, é o esforço de pensar o já pensado. Por trás dessa indagação, enganosamente simples, insinua-se, segundo o autor, o eixo dramático do pensamento ocidental. E o poeta não tem receio nenhum em dizer que as matrizes desse pensamento se desdobram em duas linhas de força: um pensamento tradicional pautado na busca por uma manutenção da ordem, e um pensamento intempestivo, um pensar-contra, que caracterizaria a modernidade em seus termos. Partindo dessa concepção, queremos mostrar que há na prosa rosiana uma busca em romper com a primeira matriz.

Biografia do Autor

ELVIS MACHADO, Universidade Federal do Para

Mestrado em Letras: Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará (2022), na linha de pesquisa em Literatura: Interpretação, Circulação e Recepção. Especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (2023). Graduado em Letras - Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (2018). Atualmente integra o grupo de pesquisa NELAA - Núcleo de Estudos em Literaturas e Artes Anglófonas.

 

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Publicado

28-05-2023

Como Citar

MACHADO, E. (2023). Guimarães Rosa:: um crítico-inventor. VALITTERA - REVISTA LITERÁRIA DOS ACADÊMICOS DE LETRAS, 1(8), 41–62. https://doi.org/10.61389/valittera.v1i8.7573