O MOVIMENTO HIP HOP NA ZONA LESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO (BRASIL): O GRITO-DENÚNCIA DA JUVENTUDE PERIFÉRICA

Visualizações: 1227

Autores

Palavras-chave:

Movimento Hip Hop, Rap, Desmistificação, Grito-denúncia

Resumo

O Movimento Hip Hop surgiu nos Estados Unidos na década de 1970, no distrito nova-iorquino do Broxn, marcado pela pobreza econômica e exclusão social, habitado por negros e imigrantes, predominantemente, jamaicanos e latino-americanos. O movimento tem como sua característica mais marcante o grito-denúncia às precárias condições de vida, ao descaso do poder público em ofertar os serviços públicos essenciais ao bem-estar coletivo, racismo, xenofobia e demais preconceitos correlatos e, por isso, inspiraram-se em movimentos e líderes políticos símbolos da luta negra por direitos civis como Malcom-X e Martin Luther King. O Hip Hop é composto por quatro elementos, a saber: break, a dança; grafite; Dj e Mc, os cantores, a junção desses dois últimos formam o RAP, a música do movimento. No contexto brasileiro, o movimento desenvolveu-se primeiramente nas áreas periféricas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em 1990, posteriormente, difundiu-se para as demais regiões brasileiras adquirindo características particulares. O objetivo do artigo consiste em analisar o comportamento dos jovens adeptos ao Hip Hop e suas manifestações culturais, sobretudo, o Rap, para compreender a essência do movimento enquanto contestação social às mazelas sociais. A metodologia pautou-se no método fenomenológico a partir de experiências vivenciadas (e percepções) no ano de 2019 com o grupo da Zona Leste de São Paulo, contato com os integrantes com registros de relatos e retrabalhamento bibliográfico. O Hip Hop deve ser desmistificado enquanto apologia à violência e criminalidade e apreendido enquanto reivindicação dos marginalizados ao direito à cidadania. 

Biografia do Autor

Victória Caroline Vidal, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Bolsista FAPEMIG do Projeto Planejamento Regional e Instrumentos de Gestão Intermunicipal no Norte de Minas Gerais, coordenado pela Dra Iara Soares de França 

Bruna França Oliveira, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)

Graduanda em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Bolsista CAPES pela Residência pedagógica.

Rahyan de Carvalho Alves, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) - professor Efetivo. Universidade Federal e Minas Gerais (UFMG) - pesquisador.

Graduado em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES - Minas Gerais). Especialista em Orientação, Supervisão, Inspeção e Gestão em Administração Escolar pela Faculdade Promove (SOEBRAS). Especialista em Gestão Ambiental e Biodiversidade com Ênfase em Geografia pela Faculdade Promove (SOEBRAS). Mestre e Doutorando em Geografia pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG - com Estágio Docente na instituição). Têm experiências, especialmente, nas áreas: (i) Geografia Escolar - Ensino, Aprendizagem e metodologias socializadoras (com foco para as ativas), com discussões sobre prática de formação; docência; relação professor-aluno; ensino-pesquisa e a importância do Estágio Curricular Supervisionado na contemporaneidade; e (ii) Geografia Cultural - com discussões atreladas a Cidade, Imagem e Patrimônio e as categorias paisagem e lugar, através do exercício da etnogeografia e iconografia, sobre a perspectiva da Percepção Ambiental e da Fenomenologia. Foi diretor-acadêmico, coordenador de pesquisa, professor e editor-chefe da Revista Científica (ISSN: 2236-9465) das Faculdades Prisma. Foi Coordenador-Geral da pasta de Extensão e professor das Faculdades Santo Agostinho. Atualmente é Professor-pesquisador na UNIMONTES, com a disciplina Estágio Curricular Supervisionado em Geografia, exercendo atividades de ensino, pesquisa e extensão na interface teórico-prático, campo escola-comunidade, com experiência em atividades de estágio e programas institucionais para formação de professores. Membro de grupos de estudos e pesquisa institucionais na UFMG (Grupo de Pesquisa TERRA & SOCIEDADE) e na UNIMONTES (Grupo de Pesquisa Memorias do Cerrado) envolvendo trabalhos nos sub-ramos da geografia anteriormente mencionados, com apoio da CAPES e FAPEMIG, além de participar em atividades do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) e da RP (Residência Pedagógica). Editor-Chefe da Revista Cientifica Ciranda do Departamento de Estágios e Práticas Escolares (Unimontes - ISSN: 1982-0097). Participante de atividades do Programa de Estímulo a Mobilidade e ao Aumento da Cooperação Acadêmica da Pós-Graduação em parceria com os Programa de Pós-graduação em Geografia da UFMG, UFS e UFG. Coordenador do projeto de Extensão, na subárea de Geografia, do Núcleo de Atividades para Promoção da Cidadania da Unimontes, onde promove o planejamento, orientação e coordenação da articulação dos acadêmicos de Geografia frente a docência em atividade de ensino para alunos da rede pública atendidos pela Universidade. Professor da educação básica de ensino nos Colégios: Imaculada Conceição e Foco Pré-vestibular (experiência em atividade docente desde 2010 no ensino Fundamental II, Ensino Médio, Pré-vestibular, Pré-concursos e Cursos Técnicos). Pareceristas das Revistas Científicas: Inter-espaço (UFMA - ISSN: 2446-6549); Cerrados (Unimontes - ISSN: 2448-2692); Panorâmica (UFMT - ISSN: 2238-9210), Mais Dados (UFU - ISSN: 23581301) e membro do corpo editorial da Editora Unimontes. Professor-pesquisador com vários artigos publicados em periódicos e anais de eventos; organizador e autor de livros; organizador de eventos acadêmicos de âmbito regional, nacional e internacional, participando de bancas e exercendo orientações de trabalho de conclusão de curso.

Referências

AMARAL, M. T. D. O rap, a revolução e a educação: do Bronx à Primavera Árabe. Ide, 36(56), pp. 145-159, 2013.

ANDRADE, E. N. O movimento negro juvenil: um estudo de caso sobre os rappers de São Bernardo do Campo. Dissertação de mestrado – Universidade de São Paulo, Departamento de metodologia de Ensino e Educação Comparada. São Paulo-SP, 1996.

AZEVEDO, A. M. G. No ritmo do rap: música, cotidiano e sociabilidade negra / São Paulo (1980-1997). 2000. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2000.

BOABA, L. O espaço recriado. São Paulo: Nobel, 1991.

BUTTIMER, A. Aprendendo o dinamismo do mundo-vivido. In.: CHRISTOFOLETTI, Antônio Carlos (Org.). Perspectivas da geografia. São Paulo (SP): Difel, 1985.

CAMPOS, R. R.; MARQUES, E. R. C. O rap como uma possibilidade para o ensino de geografia. Geografia, Rio Claro, v.33, n.2, p.235-252, mai./ago. 2008.

CARRIL, L. Quilombo, favela e periferia – a longa busca de cidadania. São Paulo: Annablume/FAPESP.

GUIMARÃES, S. T. L Reflexões a respeito da paisagem vivida, topofilia e topofobia à luz dos estudos sobre experiência, percepção e interpretação ambiental. Geosul, Florianópolis, v.17, n.33, pp.117-141, jan./jun. 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE CIDADES. Produto Interno Bruto per capita de São Paulo, 2017. Disponível em:

<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/panorama> Acesso em: 06 de fev. de 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE CIDADES. Dados

demográficos, 2019. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/panorama>. Acesso em: 01 de fev. de 2020.

LOUREIRO, B. R. C. Arte, cultura e política na história do rap nacional. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (63), p. 235-241. 2016.

MERLEAU-PONTY, M. O espaço. In.: MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Rio de Janeiro (RJ): Livraria Freitas Bastos, 1971, pp. 249-303.

MMC/"Suerte". Vídeo Clipe “Suerte”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YnCaZuGWZTw>. Acessado em: 28 de jan. de 2020.

SANTOS, J. P. O RAP: um movimento cultural no Nordeste de Amaralina. In.: VI Encontro de estudos multidisciplinares em cultura. Salvador, Bahia, 2010.

SCANDIUCCI, G. Juventude negro-descendente e a cultura hip hop na periferia de São Paulo: possibilidades de desenvolvimento humano sob a ótica da psicologia analítica. Dissertação em Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

SILVA, A. J; PIRES, M. M. Os Desafios da Escola pública paranaense na perspectiva do Professor PDE Artigos. In: As letras do Rap como recurso metodológico no ensino de Geografia e na percepção do espaço vivido, 2014. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unicentro_port_pdp_mirian_izabel_tullio.pdf>. Acessado em 31 de dez. de 2019.

SILVA, J.C.G. Rap na cidade de São Paulo: música, etnicidade e experiência urbana. Tese em Sociologia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995.

SILVA, M. A. São Paulo: Centro Financeiro Internacional e Possíveis Impactos nas Relações de Trabalho. Augusto Guzzo Revista Acadêmica, São Paulo, v. 1, n. 15, p. 132-143, dec. 2015. ISSN 2316-3852. Disponível em: <http://fics.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/233>. Acesso em: 06 fev. 2020.

TELLA, M.A.P. Atitude, arte, cultura e autoconhecimento: o rap como voz da periferia. Dissertação em Sociologia. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2000.

TEPERMAN, R. Se liga no som: as transformações do rap no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2015.

VALVERDE R. R. H.F., (2017). Os limites da inversão: a heterotopia do beco do batman, São Paulo. Boletim Goiano De Geografia, 37(2). Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/bgg/article/view/49153/pdf>. Acesso em: 6 de fev. de 2020.

Downloads

Publicado

2020-06-02

Como Citar

Vidal, V. C., Oliveira, B. F., & Alves, R. de C. (2020). O MOVIMENTO HIP HOP NA ZONA LESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO (BRASIL): O GRITO-DENÚNCIA DA JUVENTUDE PERIFÉRICA. GEOFRONTER, 6(1). Recuperado de https://periodicosonline.uems.br/index.php/GEOF/article/view/4397

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)