PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS USUÁRIOS DA ÁGUA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO/RS: AS ESTIAGENS NO PERÍODO 2010 A 2020

Visualizações: 527

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/geofronter.v8.6889

Palavras-chave:

Percepção ambiental, Estiagem, Bacia hidrográfica Rio Pardo

Resumo

A presente pesquisa teve como tema a percepção ambiental dos usuários da água sobre as estiagens. Na última década, duas estiagens mais expressivas ocasionaram importantes perdas na economia dos municípios do estado do Rio Grande do Sul em decorrência da falta de recursos hídricos para a irrigação na agricultura e comprometimento do abastecimento público. Como o tema estiagem está associado à disponibilidade hídrica, a bacia hidrográfica foi elencada como área de planejamento na pesquisa, conforme preconiza a Lei Federal 9.433/1997 que trata sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos. O objetivo desta pesquisa consistiu em investigar a percepção ambiental dos usuários da água da bacia hidrográfica do Rio Pardo sobre as estiagens no período 2010 a 2020. O método de abordagem utilizado referenciou-se na Sociologia Ambiental. De acordo com as respostas obtidas, foi possível verificar que não há uma política pública específica para estiagens, mas há ações emergenciais em âmbito estadual e municipal para mitigar os problemas advindos do fenômeno. Os entrevistados percebem os efeitos das estiagens sobre suas vidas profissionais e pessoais, porém ainda estão focados nas ações emergenciais oferecidas pelas instituições estatais. Constatou-se que a tendência da solução mais utilizada para o problema frequentemente é o que está sendo disponibilizado pela prefeitura ou governo do estado, como a perfuração de mais poços artesianos e a doação de cisternas. A existência de políticas públicas de gestão de águas, como a Lei Federal 9.433/1997, não foi citada pelos mesmos como uma medida para articulação de instituições diversas para a mitigação dos efeitos das estiagens. Medidas para adaptação ao evento climático não foram citadas.

Referências

AMORIM FILHO, O. B. Topofilia, topofobia e topocídio em MG. In: DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. de. Percepção Ambiental: a experiência brasileira. São Paulo: Studio Nobel, 1999.

ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO RIO PARDO - AMVARP. Municípios. Disponível em: https://www.amvarp.org.br/municipios. Acesso em: 04 fev. 2022.

BACCHIEGGA, F. Desvendando as abordagens da sociologia ambiental: revisão de artigos selecionados. Revista Sustentabilidade em Debate, v.4, n.2, p.118-137, jul/dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.18472/SustDeb.v4n2.2013.8090

BRASIL. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 jan. 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm. Acesso em: 04 fev. 2022.

BRITO, Patrícia Lustosa; ANJOS, Rafael Sanzio Araújo. Planejamento Territorial: O Município X A Bacia Hidrográfica. Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território, v.1, n.1, p. 26-42, 2010. Disponível em:< http://inseer.ibict.br/ciga/index.php/ciga/article/viewFile/164/123>. Acesso em: 04 fev. 2022.

CARDOSO, L. S. et al. Análise da estiagem na safra 2019/2020 e impactos na agropecuária do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: SEAPDR/DDPA, 2020. 57 p. (Circular: divulgação técnica, n. 6).

CASTRO, A. L. C. et al. Manual de desastres. vol.1. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2003. Disponível em: http://www.defesacivil.gov.br/publicacoes/publicacoes/Desastres_Naturais_VolI.pdf. Acesso em: 19 jun. 2021. 174 p.

ECOPLAN. Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Relatório da Etapa A- Diagnóstico. Porto Alegre. 2005. Disponível em: http://comitepardo.com.br/plano_pardo/relatorio_diagnostico/REA_completo.pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

FERREIRA, J.G.; FIGUEIREDO, F.F. Seca, memória e políticas públicas na região Nordeste do Brasil. In.: XXXI CONGRESO ALAS. 2017. Montevidéu-Uruguai. 3 a 8 de dezembro de 2017, p. 1-24.

GULARTE, J. Perdas atingem R$ 205 milhões. Jornal Gazeta do Sul, Santa Cruz do Sul/RS, 9 jan.2012, p. 6 (2012b).

HANNIGAN, J. Sociologia ambiental. Petrópolis: Ed Vozes, 2009.

HERCULANO, S. Sociologia ambiental: origens, enfoques metodológicos e objetos. Revista Mundo e Vida: alternativas em estudos ambientais, ano I, n. 1, p. 45-50, UFF/PGCA-Riocor, 2000. Disponível em: http://www.professores.uff.br/seleneherculano/wp-content/uploads/sites/149/2017/09/Sociologia_ambiental_v3_origens.pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

IRWIN, A. Sociology and the environment. Londres: Polity Press, 2001.

KOBIYAMA, M. (Org.). Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: Ed. Organic Trading, 2006. 109p.

LIMBERGER, L; CECCHIN, J. Percepção climática de moradores lindeiros ao reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu. ACTA Geográfica, Ed. Esp. Climatologia Geográfica, p.11-29, 2012. Disponível em: https://revista.ufrr.br/actageo/article/view/1091/887. Acesso em: 04 fev. 2022. DOI: https://doi.org/10.5654/actageo2012.0002.0001

MACNAGHTEN, P.; URRY, J. Contested natures. Londres: Sage, 1998. DOI: https://doi.org/10.4135/9781446217337

MAGALHÃES, A. R. Vida e seca no Brasil. In: DE NYS, E.; ENGLE, N. L.; MAGALHÃES, A. R. Organizadores. Secas no Brasil: Política e gestão proativas. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos; Banco Mundial, p.20-38, 2016. Disponível em: https://www.cgee.org.br/documents/10182/734063/seca_brasil-web.pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

MARTINS, E. S. P. R. et al. A crise, a oportunidade e a liderança. In: DE NYS, E.; ENGLE, N. L.; MAGALHÃES, A. R. Organizadores. Secas no Brasil: Política e gestão proativas. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos; Banco Mundial, p.39-51, 2016. Disponível em: https://www.cgee.org.br/documents/10182/734063/seca_brasil-web.pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

MINAYO, M. C. de S. (org.). Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

OKAMOTO, J. Percepção ambiental e comportamento: visão holística da percepção ambiental na arquitetura e na comunicação. São Paulo: Editora Mackenzie, 2002.

RIBEIRO, A. de A. et al. Chuvas e estiagens na região das missões, Rio Grande do Sul: a percepção dos moradores urbanos de Santo Antônio das Missões. Revista Geonorte, Edição Especial, v.2, n.4, p.804-817, 2012.

RIO GRANDE DO SUL (RS). Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA). Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento. Relatório anual sobre a situação dos recursos hídricos no Estado - 2020. Assessoria de Comunicação da SEMA. Fevereiro, 2021a.

RIO GRANDE DO SUL (RS). Estudos Deplan. Departamento de Planejamento Governamental. Porto Alegre: Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional. Textos de Referência - RS 2030: Agenda de Desenvolvimento Territorial. Nº 3, dezembro/2015. Disponível em: file:///C:/Users/Unisc/Downloads/4290-25427-1-SM%20(1).pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

SARTORI, M. da G. B. Clima e percepção. 2000. V. 1 e 2. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

SARTORI, M. da G. B. A percepção do tempo e a cognição ambiental do homem rural do Rio Grande do Sul. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE GEOGRAFIA, PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO DO MEIO AMBIENTE, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2005.

TESCHE, O. Condições climáticas - As perdas milionárias com a estiagem. Jornal Gazeta do Sul, Santa Cruz do Sul/RS, (Caderno Especial), 18 e 19 jan. 2020, p.14 e 15

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Tradução, prefácio e notas: Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL, 1980.

TUCCI, C. E. M. 1997. Hidrologia: ciência e aplicação. 2.ed. Porto Alegre: ABRH/Editora da UFRGS, 1997. (Col. ABRH de Recursos Hídricos, v.4). University Press, 1990.

WHYTE, Anne V. T. Guidelines for Field Studies in Environmental Perception. MAB Technical Notes 5. Paris: UNESCO, 1977. 118 p.

YEARLEY, S. Sociology, environmentalism and globalization. London: Sage, 1996.

ZACARIAS, E. F. J.; HIGUCHI, M. I. G. Relação pessoa-ambiente: caminhos para uma vida sustentável. Interações. Campo Grande, MS, v. 18, n. 3, p. 121-129, jul./set. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/inter/v18n3/1518-7012-inter-18-03-0121.pdf. Acesso em: 04 fev. 2022.

Downloads

Publicado

2022-04-14

Como Citar

Goldschmidt Xavier de Oliveira, V., & Brose, M. (2022). PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS USUÁRIOS DA ÁGUA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO/RS: AS ESTIAGENS NO PERÍODO 2010 A 2020. GEOFRONTER, 8. https://doi.org/10.61389/geofronter.v8.6889

Edição

Seção

Artigos