DIAGNÓSTICO GEOECOLÓGICO DA PAISAGEM CÁRSTICA DA BACIA DO RIO SOBRADO, SUDESTE DO TOCANTINS

Visualizações: 201

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/geofronter.v9i1.7564

Palavras-chave:

Carste, Cavernas, Unidades geoecológicas

Resumo

As paisagens cársticas são detentoras de beleza singular e importantes recursos naturais. As diversas formas de ocupação desse ambiente de alta fragilidade ambiental exigem planejamento integrado devido aos impactos negativos. Para compreender a estrutura e a dinâmica dessas paisagens, a Geoecologia da Paisagem apresenta-se como um modelo teórico e metodológico, visto que analisa a interação entre a dinâmica natural e a social. Este artigo objetivou elaborar o diagnóstico geoecológico para a paisagem cárstica da bacia hidrográfica do rio Sobrado, sudeste do Tocantins. A elaboração do diagnóstico consistiu em três etapas: 1) organização dos temas e das características físico-naturais; 2) análise dos fatores geoecológicos e da compartimentação das unidades; 3) diagnóstico de acordo com os níveis de ocupação da terra. Foram identificadas 37 unidades geoecológicas. A partir da sobreposição do mapa de unidades com o mapa exploratório de fenômenos cársticos, verificou-se que 12 unidades apresentam feições cársticas em sua abrangência, com características que retratam a presença de rochas do Grupo Bambuí, solos mais suscetíveis à ocorrência de processos erosivos e avanço das pastagens sobre a vegetação nativa. Por outro lado, ainda predominam remanescentes das formações savânicas e formações florestais vinculadas à existência de maciços de afloramento de rochas carbonáticas, matas ciliares e áreas com relevo movimentado. Assim, as informações obtidas servirão de subsídio para a implantação de planejamento e gestão ambiental sustentável em face do atual cenário identificado.

Referências

ARAGÃO, L. de P.; SILVA, E. V. da. Geoecologia das Paisagens: uma abordagem da evolução teórico-conceitual e metodológica. Rede - Revista Eletrônica do PRODEMA, v. 15, n. 2, p. 91-100, 2022.

BIANCHI, C. A.; HAIG, S. M. Deforestation Trends of Tropical Dry Forests in Central Brazil. Biotropica, v. 45, n. 3, p. 395-400, 2013. DOI: https://doi.org/10.1111/btp.12010

CAVALCANTI, L. C. de S. Cartografia de paisagens: fundamentos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2018.

CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas. Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro 2021. 2022. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/stories/downloads/Anuario/CECAV_-_Anuario_estatistico_espeleológico_2021.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022.

CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas. Áreas prioritárias para a conservação do Patrimônio Espeleológico. 2018. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/stories/Areas_Prioritarias_Patrimonio_Espeleologico_2018.pdf. Acesso em: 1 jun. 2020.

CREPANI, E. et al. Sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicados ao zoneamento ecológico-econômico e ao ordenamento territorial. São José dos Campos: INPE, jun. 2001.

DANTAS, M. E. et al. Origem das paisagens do estado do Tocantins. In: ROCHA, M. G. (org.). Geodiversidade do estado do Tocantins. Goiânia: CPRM, 2019. p. 47-84.

DE WAELE, J. Evaluating disturbance on Mediterranean karst areas: the example of Sardinia Italy. Environmental Geology, 58, p. 239-255, 2009. DOI: https://doi.org/10.1007/s00254-008-1600-x

DORNAS, T. et al. Proposta de alteração dos nomes vernáculos técnicos em português e inglês de duas aves endêmicas do Brasil: Pyrrhura pfrimeri (Psittaciformes: psittacidae) e Celeus obrieni (Piciformes: Picidae). Atualidades Ornitológicas, n. 196, p. 8-13, abr./mar. 2017.

FENG, S. et al. Forestation does not necessarily reduce soil erosion in a karst watershed in southwestern China. Progress in Physical Geography, v. 45, n. 1, p. 82-97, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/0309133320958613

FERREIRA, C. F. Fragilidades e impactos ambientais no carste e nas cavernas. In: CRUZ, J. B.; PILÓ, L. B. (org.). Espeleologia e licenciamento ambiental. Brasília: ICMBio, 2019. p. 167-216.

GUTIÉRREZ, F. et al. A review on natural and human-induced geohazards and impacts in karst. Earth-Science Reviews, Amsterdã, v. 138, p. 61-88, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.earscirev.2014.08.002

HSIOU, A. S. et al. Dados preliminares sobre os lagartos e serpentes (LEPIDOSAURIA, SQUAMATA) do Pleistoceno final da região de Aurora do Tocantins, Província Espeleológica do Grupo Bambuí, Tocantins, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPELEOLOGIA, 32., 2013, Barreiras-BA. Anais [...]. Barreiras: Sociedade Brasileira de Espeleologia, 2013. p. 427-431.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações ambientais: geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação. 2020. Disponível em: https://bdiaweb.ibge.gov.br/#/home. Acesso em: 25 fev. 2021.

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Imagens do satélite CBERS-4A. 2021. Disponível em: http://www2.dgi.inpe.br/catalogo/explore. Acesso em: 30 de jan. 2022.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Cadastro de sítios arqueológicos. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/iphan/pt-br/patrimonio-cultural/patrimonio-arqueologico/cadastro-de-sitios-arqueologicos. Acesso: 6 jan. 2023.

MARTINELLI, M.; PEDROTTI, F. A cartografia das unidades de paisagem: questões metodológicas. Revista do Departamento de Geografia, v. 14, p. 39-46, 2001. DOI: https://doi.org/10.7154/RDG.2001.0014.0004

MEDEIROS, R. B.; CHÁVEZ, E. S. Estado geoecológico das paisagens da bacia hidrográfica do córrego Formosinho, Bonito/MS-Brasil: bases para a gestão territorial. Geofronter, Campo Grande, v. 7, p. 1-26, 2021.

MEDEIROS, R. B. et al. Geoecological diagnosis of landscapes of the Formoso River Watershed, Bonito/MS, Brazil. Environmental Earth Sciences, v. 81, n. 174, p. 1-19, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s12665-022-10247-6

MEDEIROS, R. B. Zoneamento ambiental da bacia hidrográfica do rio Mimoso, Bonito/MS: as contribuições da cartografia de paisagens e da ótica geossistêmica. Entrelugar, v. 13, n. 25, p. 277-305, 2022. DOI: https://doi.org/10.30612/rel.v13i25.15839

MELO, P. H. A. de; PIVARI, M. O. D. A vegetação da região cárstica de Pains. In: PILÓ, L. B.; CRUZ, J. B. (org.). A região cárstica de Pains. Brasília: ICMBio, 2022. p. 81-101.

MORAIS, F. de. Aspectos gerais da área cárstica de Aurora do Tocantins. Para conhecer a Terra – memórias e notícias de geociências no espaço lusófono. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, p. 1-12, 2012. DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-0534-0_46

MORAIS, F. de. Caracterização geomorfológica da região de Aurora do Tocantins, Brasil. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 14, n. 2, p. 163-170, abr./jun. 2013. DOI: https://doi.org/10.20502/rbg.v14i2.312

OLIVEIRA, A. C. C. de A.; SOUZA, R. M. Cenários biofísicos e ordenamento territorial no litoral sul de Sergipe-Brasil. Revista Equador, v. 2, n. 2, p. 62-3, jul./dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.26694/equador.v2i2.1487

PEREIRA, B. A. da S.; VENTUROLI, F.; CARVALHO, F. A. Florestas Estacionais no Cerrado: uma visão geral. Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 41, n. 3, p. 446-455, jul./dez. 2011. DOI: https://doi.org/10.5216/pat.v41i3.12666

PILÓ, L. B.; CRUZ, J. B. Introdução. In: PILÓ, L. B.; CRUZ, J. B. (org.). A região cárstica de Pains. Brasília: ICMBio, 2022. p. 11-25.

RODRIGUEZ, J. M. M.; SILVA, E. V. da. A classificação das paisagens a partir de uma visão geossistêmica. Mercator, Revista de Geografia da UFC, ano 1, n. 1, p. 95-112, 2002.

RODRIGUEZ, J. M. M.; SILVA, E. V. da; CAVALCANTI, A. P. B. Geoecologia das Paisagens: uma visão geossistêmica da análise ambiental. 6. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2022.

ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2019.

SALINAS CHÁVEZ, E. et al. Delimitación, clasificación y cartografia de los paisajes de la cuenca Ariguanabo, Cuba, mediante el uso de los SIG. Revista Geográfica, n. 154, p. 9-30, jul./dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.35424/regeo.v0i154.326

SANTOS, D. J.; RUCHKYS, U. A.; TRAVASSOS, L. E. P. Perfil geoecológico do Parque Nacional da Serra da Gandarela, Minas Gerais, Brasil. Sociedade & Natureza, v. 33, p. 1-10, 2021. DOI: https://doi.org/10.14393/SN-v33-2021-57012

SCHNEIDER, K.; CHRISTMAN, M. C.; FAGAN, W. F. The influence of resource subsidies on cave invertebrates: results from an ecosystem-level manipulation experiment. Ecology, v. 92, n. 3, p. 765-776, 2011. DOI: https://doi.org/10.1890/10-0157.1

SOUZA, T. A. R.; AULER, A. S. (org.). O carste de Vazante-Paracatu-Unaí: revelando importâncias, recomendando refúgios. Belo Horizonte: Carste, Ciência e Meio Ambiente, 2018.

SUGUIO, K. Geologia do Quaternário e mudanças ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

TEIXEIRA, N. F. F.; SILVA, E. V. da; FARIAS, J. F. Geoecologia das Paisagens e planejamento ambiental: discussão teórica e metodológica para a análise ambiental. Planeta Amazônia: Revista Internacional de Direito Ambiental e Políticas Públicas, Macapá, n. 9, p. 147-158, 2017. DOI: https://doi.org/10.18468/planetaamazonia.2017n9.p147-158

TRAVASSOS, L. E. P. Considerações sobre o carste da região de Cordisburgo, Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte: Tradição Planalto, 2010.

Downloads

Publicado

2023-07-03

Como Citar

Rodrigues Nascimento, H., & de Morais, F. (2023). DIAGNÓSTICO GEOECOLÓGICO DA PAISAGEM CÁRSTICA DA BACIA DO RIO SOBRADO, SUDESTE DO TOCANTINS. GEOFRONTER, 9(1). https://doi.org/10.61389/geofronter.v9i1.7564

Edição

Seção

Artigos