ESPAÇO, TRABALHO E EXCLUSÃO
a dinâmica dos catadores de materiais recicláveis na baixada maranhense
DOI:
https://doi.org/10.61389/geofronter.v11.9247Palavras-chave:
Catadores, Resíduos Sólidos, Baixada Maranhense, PNRSResumo
Este estudo objetiva analisar a dinâmica dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis da Baixada Maranhense, no estado do Maranhão, buscando delinear o perfil desses trabalhadores, sua percepção acerca da atividade de catação, sua relação com a sociedade e os entraves à implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos na região. Para tal, foi realizado o levantamentos de dados primários e secundários, obtidos junto ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (dados dos anos 2002 a 2022), órgãos municipais e estaduais, bem como produções acadêmicas e oficiais, seguida de atividades de campo em cinco municípios da Baixada Maranhense (Pinheiro, Peri Mirim, Presidente Sarney, Pedro do Rosário e São Bento), onde foram aplicadas entrevistas com catadores, população e observação das condições de trabalho na catação e aspectos da gestão de resíduos sólidos. As informações foram analisadas à luz do materialismo histórico e dialético, buscando apresentar uma perspectiva da totalidade do cenário que permeia a questão dos resíduos sólidos e dos catadores na Baixada. Entre os principais resultados estão a indicação de que, embora a integração dos catadores à gestão dos resíduos sólidos seja fundamental para garantir condições dignas de trabalho e promover sua inclusão social, as ações nos municípios são incipientes ou nulas, bem como a ausência da coleta seletiva e de políticas públicas municipais voltadas aos resíduos sólidos. Concluiu-se que o trabalho dos catadores, embora vital para a preservação ambiental, não deve ser romantizado, refletindo uma resposta à exclusão econômica em um contexto de desemprego e precarização do trabalho.
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