Dom Quixote, louco por cura ontológica

Visualizações: 691

Autores

Palavras-chave:

Dom Quixote, Heidegger, existência, loucura, cura ontológica.

Resumo

Este trabalho é o recorte de uma tese defendida em 2007 que analisou sob a perspectiva poético-ontológica a obra de Cervantes Dom Quixote de La Mancha. Nesse artigo, o objetivo é compreender a loucura de Dom Quixote, a partir de uma leitura heideggeriana, observando ontologicamente a existência humana e o que motivou nosso  personagem a abandonar o mundo da leitura individual e silenciosa, para entrar, efetivamente, nesse mundo, assumindo o papel de louco que tal decisão exigia. Trata-se, entretanto, de uma loucura que ultrapassa as fronteiras do factual, do ôntico, o que nos obriga a convocar “cura”, igualmente fora desse âmbito ôntico da medicina, para, observando-a filosófica e profundamente, verificar se Dom Quixote está verdadeiramente louco ou se está em seu movimento mais autêntico, escutando uma voz; mas  uma “outra voz”, a voz de seu ser que o chama de algum lugar que ele, por não saber, se põe a buscá-lo. E é aí que se dá o cruzamento do poético que não nos permite saber, no final das contas, se o que tem Dom Quixote é loucura ou se está, simplesmente, à  “pro-cura” de cura.

Biografia do Autor

Celia Regina de Barros Mattos, Universidade Federal Fluminense

Possui graduação em Bacharelado em Português-Espanhol pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1977), graduação em Licenciatura em Português-Espanhol pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1978), especialização em Hispano-Brasileiro para Professores Estrangeiros E pelo Centro Ibero-americano de Cooperación(1979), especialização em Limite e Alcance da Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1981), mestrado em Letras (Ciência da Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1987) e doutorado em Letras (Ciência da Literatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(2007). Atualmente é da Universidade de São Paulo e Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Letras

Referências

CERVANTES, Miguel de. El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha.Buenos Aires: Colihue, s/d.

______. ______. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>, versão Projeto Gutenberg. Acesso em: 31 jul 2007.

LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 2000, vol.1

______. Aprendendo a pensar.2.ed. Petrópolis: Vozes, 2000, vol.2

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1998, parte 1, p.263-264

ORTEGA Y GASSET, Apud GILMAN, Stephen. La novela según Cervantes. México: Fondo de Cultura Económica, 1993.

VILAR, Pierre. Crecimiento y desatrrollo Editora Ariel, España 1983, 5 dição.

Downloads

Publicado

2017-03-10

Como Citar

DE BARROS MATTOS, Celia Regina. Dom Quixote, louco por cura ontológica. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 14, p. 119–132, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1071. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Tema Livre