Dom Quixote, louco por cura ontológica
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Dom Quixote, Heidegger, existência, loucura, cura ontológica.Resumo
Este trabalho é o recorte de uma tese defendida em 2007 que analisou sob a perspectiva poético-ontológica a obra de Cervantes Dom Quixote de La Mancha. Nesse artigo, o objetivo é compreender a loucura de Dom Quixote, a partir de uma leitura heideggeriana, observando ontologicamente a existência humana e o que motivou nosso personagem a abandonar o mundo da leitura individual e silenciosa, para entrar, efetivamente, nesse mundo, assumindo o papel de louco que tal decisão exigia. Trata-se, entretanto, de uma loucura que ultrapassa as fronteiras do factual, do ôntico, o que nos obriga a convocar “cura”, igualmente fora desse âmbito ôntico da medicina, para, observando-a filosófica e profundamente, verificar se Dom Quixote está verdadeiramente louco ou se está em seu movimento mais autêntico, escutando uma voz; mas uma “outra voz”, a voz de seu ser que o chama de algum lugar que ele, por não saber, se põe a buscá-lo. E é aí que se dá o cruzamento do poético que não nos permite saber, no final das contas, se o que tem Dom Quixote é loucura ou se está, simplesmente, à “pro-cura” de cura.Referências
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