A fronteira: o ponto de partida para a linguagem poética de Douglas Diegues

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Palavras-chave:

Fronteira, Plurilinguismo, Bilinguajamento.

Resumo

O objetivo deste trabalho é refletir sobre o bilinguajamento e plurilinguismo que conformam o Portunhol Selvagem de Douglas Diegues, relacionando-os com o espaço peculiar que é uma fronteira. Essa língua poética mescla Português, Espanhol, Guarani, com palavras de outras línguas, estabelecendo uma identidade cultural, sem, entretanto, buscar institucionalizar as duas línguas imperiais e nacionais de base. O Portunhol Selvagem é fruto da hibridação de culturas com as quais Diegues conviveu ainda na infância e posteriormente vivenciou na Tríplice Fronteira. Esse processo será analisado à luz de dois teóricos: Homi K. Bhabha, e Walter Mignolo. Almeja-se, assim, promover um diálogo entre esses autores, para discutir como a noção de fronteira extrapola os limites geográficos, criando territórios simbólicos que comportam mais de uma cultura e constituem, assim, novas significações de identificações. Como o poeta utiliza sua língua original para realização de sua obra e em suas comunicações orais e entrevistas, não se pode ignorar esse material não literário para a construção do seu espaço biográfico e assim, serão aliados à discussão, alguns conceitos trabalhados por Leonor Arfuch. Neste artigo busca-se pensar a fronteira como ponto de partida para o Portunhol Selvagem.

 

Biografia do Autor

Warleson Peres, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Letras - Português pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2001), graduação em Secretariado pelo Centro Universitário Internacional (2012) e mestrado em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é professor regente da Prefeitura de Juiz de Fora e Secretário Executivo da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Estudos Literários, atuando principalmente nos seguintes temas: Línguas Mestiças, Hibridação Linguística, Culturas Híbridas, Portunhol.

Referências

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Publicado

2017-04-04

Como Citar

PERES, Warleson. A fronteira: o ponto de partida para a linguagem poética de Douglas Diegues. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 15, p. 225–242, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1499. Acesso em: 28 mar. 2024.