Empoderamento feminino em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos

Visualizações: 2255

Autores

  • Agenor Francisco de Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Elizângela Cristiane Rozendo de São José Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Resumo

Resumo: O presente artigo procurou refletir sobre a forma como o escritor brasileiro Graciliano Ramos, empodera a personagem feminina Sinhá Vitória no seu último romance: “Vidas Secas”. Através do estudo bibliográfico, na área da teoria literária, baseando-se nas obras de Brandão (2013), Bonetti (2011), Dalcastagnè (2015), Goldemann (1976) dentre outros, foi possível observar que a própria história é pontuada por lutas, fracassos e sucessos da mulher na conquista por seus direitos. Tecendo incursões sobre o espaço, gênero e suas possibilidades na literatura brasileira, de início realizou-se a contextualização histórica, especificamente sobre o papel da mulher nas religiões, nas Revoluções, na história brasileira e presença em algumas obras literárias. Foi realizado um estudo da obra “Vidas Secas”, ensejando desvendar os espaços psicológicos construídos por Graciliano para revelar o poder exercido por Sinhá Vitória. O espaço extratextual de “Vidas Secas” traz a ressignificação da luta, da exploração, da degradação humana, cujos valores simbólicos encontram ressonância na permanente luta numa sociedade de cultura machista. A mulher, nordestina, sertaneja e sobrevivente, empodera-se, ousa-se, permite-se, numa intenção explicitamente ficcional, mas ancorada em seu viés realista, encontrando em Sinhá Vitória a sua representação.   

PALAVRAS CHAVE: empoderamento feminino; espaço literário; crítica social.

Biografia do Autor

Agenor Francisco de Carvalho, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS

Professor Assistente (Departamento de Letras)

Referências

BRANDÃO, Luis Alberto. Teorias do espaço literário. São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte, MG: FAPEMIG, 2013

BONETTI, Alinne de Lima & ABREU, Maria Aparecida A. (orgs.) . Faces da desigualdade de gênero e raça no Brasil. Brasília: Ipea, 2011

DALCASTAGNÈ, Regina. Espaços possíveis na literatura brasileira contemporânea. (Orgs.) Regina Dalcastagnè, Luciene Azevedo. Porto Alegre (RS): Zouk, 2015.

_____. Espaço e Gênero na literatura brasileira contemporânea. (Orgs.) Regina Dalcastagnè. Virgínia Maria Vasconcelos Leal. Porto Alegre (RS): Zouk, 2015.

GOLDMANN, Lucien. A sociologia do romance. 3 ed. (Trad.) Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

LISBOA, Teresa Kleba. Gênero, classe e etnia: trajetórias de vida de mulheres migrantes. Florianópolis: Ed. da UFSC; Chapecó: Argos, 2003.

PERROT, Michelle. As mulheres da história. Trad. Viviane Ribeiro. Bauru, SP: EDUSC, 2005.

______, Michelle. Mulheres públicas. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Fundação da UNESP, SP, 1998.

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. [1938]. Record Editora, São Paulo, 1990.

RIBEIRO, Luis Filipe. A Mulher no Romance Brasileiro (1844-1908), Anteprojeto de Tese de Doutoramento - Departamento de História, UFF, Niterói, 1988. Citado em ESPAÇO E LITERATURA: ALGUMAS REFLEXÕES TEÓRICAS. Ana Regina Vasconcelos Ribeiro Bastos, disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/article/viewFile/6316/4509, acessado em 03/02/2017.

ZAMARIOLLI, Marlene – A MULHER NA POLÍTICA - COMMULHER – 7 fascículo. Portal prefeitura Municipal de Santos-SP, 2008. Disponível em: http://www.portal.santos.sp.gov.br/conselhos/e107_files/downloads/a_mulher_na_poltica.pdf. Acessado em 11/02/2017.

______ A Importância da Conscientização Política, 2002. Disponível em: https://marlenezamariolli.wordpress.com/commulher/ acessado em 11/02/2017.

Downloads

Publicado

2017-09-05

Como Citar

DE CARVALHO, Agenor Francisco; DE SÃO JOSÉ, Elizângela Cristiane Rozendo. Empoderamento feminino em “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 16, p. 286–310, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1505. Acesso em: 21 nov. 2024.