A oralidade representada: um estudo da peça O Juiz de Paz da Roça, de Martins Pena

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Autores

  • Katiuscia Cristina Santana Universidade de São Paulo

Resumo

RESUMO: Com foco na comédia O Juiz de Paz da roça, de Martins Pena, escrita durante o período romântico da Literatura, objetivamos mostrar a relação entre a representação da linguagem falada e a caracterização das personagens roceiras na peça. A fundamentação teórica constitui-se da Análise da Conversação, da Pragmática e da Sociolinguística Interacional. Partimos da hipótese de que, assim como a ação de modo geral das personagens na peça teatral, a linguagem falada exerce fundamental importância para a caracterização das personagens roceiras. A construção das personagens é possível graças à atenção que o autor atribui à representação da modalidade falada da época somada ao ambiente, em que vários tipos sociais interagem. Assim, as variantes fonéticas e fonológicas entre outros elementos linguísticos caracterizam as personagens na peça teatral, levando em consideração a significação das palavras e as várias relações entre locutores e interlocutores, tais como gênero, idade, grau de formalidade, respeito e intimidade no contexto da obra.

 

PALAVRAS-CHAVE: Martins Pena; Romantismo; teatro; representação da oralidade.

Biografia do Autor

Katiuscia Cristina Santana, Universidade de São Paulo

Mestra em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Doutoranda em Letras pela FFLCH/USP.

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Publicado

2017-09-05

Como Citar

SANTANA, Katiuscia Cristina. A oralidade representada: um estudo da peça O Juiz de Paz da Roça, de Martins Pena. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 16, p. 10–37, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1552. Acesso em: 16 abr. 2024.