Necropolítica, patriarcado e o valor da vida humana nas distopias

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Autores

  • Alice de Araujo Nascimento Pereira Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

distopias, necropolítica, patriarcado, vida

Resumo

Nas narrativas distópicas The handmaid’s tale de Margaret Atwood, e em The children of men de P.D. James há um desprezo pela vida daqueles que transgridam as regras draconianas dentro daquele contexto autoritário e catastrófico. Em ambos os enredos, há o tema da infertilidade em escala global. Apesar do risco iminente à humanidade, justamente no momento que cada vida devia ser mais valorizada devido à ameaça de extinção, seu valor intrínseco é esvaziado, uma vez que a vida se torna um objeto político. A vida de cada um, indispensável para a sobrevivência de todos, se torna refém das elites dirigentes, que desejam assegurar seu poder. E através desses mecanismos, é a vida das mulheres que perde seu valor mais rapidamente, seus corpos são passivos de controle estatal. A partir do conceito de necropolítica de Mbembe, que argumenta que a política é um trabalho de morte e a soberania é o direito de matar (MBEMBE, 2011, p. 21), e do posicionamento de Bordieu, que afirma que o Estado ratifica e reforça as prescrições e proscrições do patriarcado privado com as de um patriarcado público, pretendemos analisar como vida e morte se tornam mecanismos para legitimar a necropolítica nos contextos desses distopias.   

Biografia do Autor

Alice de Araujo Nascimento Pereira, Universidade Federal Fluminense

Doutorando em Literatura Comparada da Universidade Federal Fluminense, Professora de inglês do Instituto Federal Fluminense, Mestre em Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2012) e Bacharel/licenciada em Letras: inglês/literaturas pela UERJ (2009)

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Publicado

2017-11-16

Como Citar

PEREIRA, Alice de Araujo Nascimento. Necropolítica, patriarcado e o valor da vida humana nas distopias. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 17, p. 143–158, 2017. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/1978. Acesso em: 21 nov. 2024.