Uma das piores faces das masculinidades: a violência conjugal em contos de Mia Couto e Rubem Fonseca
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violência conjugal, masculinidades, Mia Couto, Rubem FonsecaResumo
Este artigo pretende focalizar uma das questões relacionadas com as masculinidades: a violência doméstica praticada por homens contra mulheres. A representação do problema é construída através da análise dos dois contos selecionados: “Saíde, o Lata de Água”, de Mia Couto, e “Homem não pode bater em mulher”, de Rubem Fonseca, escritos em língua portuguesa entre o final do século XX e o início do século XXI. A introdução contém considerações sobre as conexões entre violência e masculinidades, sua manifestação na vida conjugal e o papel da literatura para a apresentação dessas questões. Entre os principais tópicos que emergem dos contos estão a dominação, o senso de que a mulher é propriedade do marido e as respostas de vizinhos aos episódios de agressão. O uso da violência torna-se estratégia masculina para ocultar a vulnerabilidade e a impotência; por outro lado, as reações às agressões conjugais ajudam a promover tentativas de mudança. Leituras de autores como Buchbinder, Connell, Machado, Nolasco, Virgili e Welzer-Lang, entre outros, são utilizadas para aproximar interpretações literárias e teorias sobre masculinidades. As leituras ainda pretendem contribuir para investigar como e se os contos podem constituir narrativas alternativas para novos modos de ser homem.
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