O monstro e seu avesso em Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto

Visualizações: 636

Autores

  • Juliana Ciambra Rahe Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Rosana Cristina Zanelatto Santos Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Palavras-chave:

monstro, identidade, tradição cultura, Mia Couto,

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar o monstro que tomou corpo na personagem Dito Mariano como resultado do esmorecimento de sua identidade cultural, em Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, de Mia Couto. A finalidade é analisar o nascimento do monstro e a colaboração do duplo – que se manifesta fisicamente em Marianinho – no exorcismo do monstro, através da reinvenção de uma identidade cultural como o resultado da negociação com novas culturas, sem que com isso os vínculos com as próprias origens e tradições sejam afrouxados. Para tanto, além da análise do texto literário, utilizaram-se, como subsídio para a leitura realizada, textos teóricos que abordam a questão da monstruosidade, da duplicidade, assim como teorias a respeito da identidade e da tradução cultural. Observou-se que, na empresa de exorcizar o monstro, cabe ao duplo buscar o conhecimento do passado e resgatar a tradição, a fim de reinventar a identidade cultural, evitando, contudo, um fundamentalismo cultural exacerbado que busca a recuperação de uma identidade anterior pura. Tais observações demonstram a necessidade de reatualização do passado por meio da memória, que constitui uma maneira de tradução dialógica do passado, bem como a assimilação da modernidade mediada por processos de tradução.

Biografia do Autor

Juliana Ciambra Rahe, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestranda em Estudos de Linguagens na UFMS

Rosana Cristina Zanelatto Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Letras (literatura potuguesa) pela USP;

Bolsista produtividade em pesquisa CNPq.

Downloads

Publicado

2015-08-27

Como Citar

RAHE, Juliana Ciambra; SANTOS, Rosana Cristina Zanelatto. O monstro e seu avesso em Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 44–52, 2015. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/293. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Tema Livre