O corpo erótico em Bernardo Guimarães
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Transgressão, pecado, elexir do pajé, BatailleResumo
Este trabalho faz uma leitura do pecado e da transgressão sexual no poema “O elixir do pajé”, de Bernardo Guimarães, tendo como referencial teórico conceitos de Bataille, em O erotismo, e por substrato a exposição sobre sexualidade elaborada por Marilena Chauí em Repressão Sexual, essa nossa (des)conhecida. O índio, em Bernardo Guimarães, figurativiza o erótico e, a ação do pajé se caracteriza por palavrões escrachados e por atitudes que o senso comum considera obscenas. Obra publicada em 1875, o poema de Bernardo Guimarães, segundo a historiografia do romantismo brasileiro, se contrapõe tematicamente à idealização da figura do índio e, em termos formais, faz singular paródia de poemas de Gonçalves Dias. O erotismo, na visão de Bataille, se dá através de transformações e movimentações corpóreas que excitam interiormente o homem, estando ligado à experiência e sendo condicionado pela transgressão: a experimentação erótica contém em si a experiência do pecado. Marilena Chauí apresenta o pecado original como a descoberta do sexo, explicando o pecado em duas faces: a primeira é o deixar-se seduzir, ou seja, a tentação, e a segunda é a queda, o distanciar-se para sempre de Deus. Nosso trabalho tem como pressuposto a concepção de que o sexo reafirma sem cessar que o homem é corpóreo e carente e mostramos como tal concepção é traduzida no poema de Bernardo Guimarães.
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