Ditadura e memória em duas autoras: considerações sobre Os fios da memória, de Adriana Lisboa, e Lengua madre, de María Teresa Andruetto

Visualizações: 617

Autores

  • Renata Rocha Ribeiro Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

narrativa contemporânea, romance brasileiro, romance argentino, memória, ditadura

Resumo

A literatura contemporânea, com destaque para o romance, passa por uma espécie de revisão no que tange a questões históricas. No caso específico da América Latina, esse processo revisional se volta para as diferentes ditaduras vivenciadas em seus países neste período. É nessa linha de raciocínio, a de propor uma reflexão sobre representações literárias de catástrofes coletivas sofridas por dois países sul-americanos no século XX, Brasil e Argentina, que este trabalho se organiza. Para tanto, foram selecionadas as autoras Adriana Lisboa e María Teresa Andruetto, devido à afinidade percebida em relação à construção de seus projetos estéticos. Há uma correlação, na obra das autoras, entre trauma coletivo e trauma individual e o papel da memória neste imbricamento. Como fundamentação teórica, poderão ser cotejados os conceitos de memória individual e memória coletiva (HALBWACHS, 2003); de elaboração do passado (GAGNEBIN, 2009); de memória familiar e memória geracional (CANDAU, 2016); bem como a noção de tempo passado (SARLO, 2005).

Biografia do Autor

Renata Rocha Ribeiro, Universidade Federal de Goiás

Doutora e mestre em Estudos literários, bacharel em Letras: Literatura pela Universidade Federal de Goiás. Professora de Literatura Brasileira e Estágio do Português da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás. Pós-doutoranda em Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

ANDRUETTO, María Teresa. Lengua madre. 4 ed. Buenos Aires: Mondadori, 2013.

CANDAU, Joël. Memória e identidade. 3 reimp. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2016.

CASTRO, Elis Crokidakis. A memória, seus fios e tramas: dois livros de Adriana Lisboa – Os fios da memória e Azul corvo. Cerrados. v. 20, n. 31. 2011. p. 157-168. Disponível em: < http://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/8258/6255>. Acesso em: 10 jul. 2018.

FIGUEIREDO, Eurídice. A literatura como arquivo da ditadura brasileira. Rio de Janeiro: 7Letras, 2017.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. 2 ed. São Paulo: Editora 34, 2009.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. 2 ed. 9 reimp. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2017.

LISBOA, Adriana. Os fios da memória. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

SARLO, Beatriz. Tiempo pasado: cultura de la memoria y giro subjetivo. Una discusión. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2005.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik. A história natural da ditadura. Lua Nova, n. 96, set/dez 2015. p. 39-55. Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/673/67342810003/>. Acesso em: 9 jul. 2018.

WOLFF, Clarissa. Política na ficção: entrevista com quatro autores brasileiros. Carta capital. Abril de 2018. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/blogs/a-redoma-de-livros/politica-na-ficcao-entrevista-com-4-autores-brasileiros>. Acesso em: 10 jul. 2018.

Downloads

Publicado

2019-02-15

Como Citar

RIBEIRO, Renata Rocha. Ditadura e memória em duas autoras: considerações sobre Os fios da memória, de Adriana Lisboa, e Lengua madre, de María Teresa Andruetto. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 20, p. 78–97, 2019. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/3169. Acesso em: 25 abr. 2024.