Dororidade em É fogo! (1987), de Maria Helena Vargas da Silveira (1940-2009): A voz de Helena do Sul recolhendo outras vozes

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Autores

  • Dênis Moura de Quadros Universidade Federal do Rio Grande

Palavras-chave:

Literatura afrofeminina, dororidade, interseccionalidade, Helena do Sul.

Resumo

Ao falarmos de uma literatura produzida por mulheres negras não podemos ignorar os atravessamentos que compõem as suas escritas: gênero e raça. Além desses atravessamentos, o “fio” que conduz as suas narrativas escreviventes é a memória e a busca “entrecortada” dessa memória ancestral dilacerada pelos processos de opressão. Assim, Vilma Piedade (2017) cunha uma nova perspectiva filosófica que intersecciona a dor de, pelo menos, duas opressões: gênero e raça, a Dororidade. Pretendemos analisar a obra de estreia de Maria Helena Vargas da Silveira, É fogo! (1987) sob a perspectiva da Dororidade, articulando ao postulado o conceito de literatura afrofeminina (SANTIAGO, 2012), um conceito que pensa essas narrativas sob o prisma dos atravessamentos e da autorrepresentação dessas autoras, na busca de dessilenciar e romper com os estereótipos que insistem em subalternizá-las.

Biografia do Autor

Dênis Moura de Quadros, Universidade Federal do Rio Grande

Doutorando em Letras, área de concentração História da Literatura, pela Univerisade Federal do Rio Grande-FURG.

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Publicado

2019-06-19

Como Citar

MOURA DE QUADROS, Dênis. Dororidade em É fogo! (1987), de Maria Helena Vargas da Silveira (1940-2009): A voz de Helena do Sul recolhendo outras vozes. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 21, p. 379–399, 2019. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/3366. Acesso em: 24 dez. 2024.