A narrativa literária de Natalia Ginzburg e a produção historiográfica de Carlo Ginzburg: a micro-história no epicentro da substância fictícia e o elemento da convergência discursiva

Visualizações: 919

Autores

  • Jucelino de Sales Universidade de Brasília
  • Lilian Monteiro de Castro Universidade de Brasília

Palavras-chave:

discurso literário, discurso histórico, forma fictícia, estilo, narrativa

Resumo

Abrangendo as áreas de literatura e de história, a partir da análise da forma e os regimes de discursividade, que engendram a substância fictícia como elemento de convergência entre as narrativas literária e histórica, nossa proposta baseia-se em verificar em que medida esses dois discursos ou estilos formais se coadunam, se agregam, se justapõem num mesmo lastro de elementos formais, como também apontar em que entroncamentos esses discursos se distanciam e até mesmo se repudiam, podendo nos revelar se existem, de fato, pontos comuns tanto na techné, no logos, como na poietiké desses discursos que formalmente estabelecem um epicentro que os conjugam num mesmo tropos de seus arranjos estruturais. Propomos analisar tanto obras literárias quanto obras historiográficas da escritora italiana Natalia Ginzburg e seu filho, o historiador Carlo Ginzburg – um dos precursores da micro-história – em virtude de suas possíveis relações com as formas textuais de caráter curto, a condição histórico-literária e o viés estético, dimensionar se existe ou não um parentesco (genético/genealógico) entre a proposta de escrever a história levada à cabo por Carlo Ginzburg e a natureza das formas literárias que parece impregnada na infraestrutura desse modelo historiográfico no texto de Natalia Ginzburg.

Biografia do Autor

Jucelino de Sales, Universidade de Brasília

Doutorando em Literatura a Universidade de Brasília - Brasil. E-mail: disallesart@hotmail.com

Lilian Monteiro de Castro, Universidade de Brasília

Mestra em Literatura pela Universidade de Brasília – Brasil. E-mail: lilianmonteirodecastro@gmail.com

Referências

ARISTÓTELES. Poética. Edição bilíngue. Tradução Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2015.

DARNTON, Robert. Apresentação. In: O grande massacre de gatos, e outros episódios da história cultural francesa. Tradução Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. Tradução Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Loyola, 1996.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Tradução Fanny Wrobel. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Tradução Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

_______________. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Tradução Rosa Freire d’ Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

_______________. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição. Tradução Maria Betânia Amoroso. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

GINZBURG, Natalia. A família Manzoni. Tradução Homero Freitas de Andrade. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

________________. Caro Michele. São Paulo: Cosac Nayfi, 2010.

________________. Léxico familiar. Tradução Homero Freitas de Andrade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

LIMA, Luiz Costa. História, ficção, literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

VEYNE, Paul. Como se escreve a história e Foucault revoluciona a história. 4. ed. Tradução Alda Baltar e Maria Auxiliadora Kneipp. Brasília: Ed. UnB, 2008.

WHITE, Hayden. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. Tradução Alípio Correia de Franco Neto. São Paulo: EdUSP, 1994.

Downloads

Publicado

2019-03-18

Como Citar

DE SALES, Jucelino; DE CASTRO, Lilian Monteiro. A narrativa literária de Natalia Ginzburg e a produção historiográfica de Carlo Ginzburg: a micro-história no epicentro da substância fictícia e o elemento da convergência discursiva. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], p. 159–174, 2019. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/3412. Acesso em: 21 nov. 2024.