Poética clariciana e rastros de exílio: de O Lustre aos Exilados da Atualidade
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Poética, Clarice Lispector, Exílio, Psicanálise.Resumo
Este artigo pretende analisar como a trajetória exílica se torna uma marca textual perceptível na obra de Clarice Lispector através tanto de seu próprio texto como de suas personagens; estas, embora díspares e únicas em suas composições, agregam em si o traço compartilhado que, independentemente de sua condição e circunstâncias narrativas, formam o compósito uma poética de exílio em Lispector. A própria vida da escritora se inscreve pelos mesmos meandros desta poética, ao passo que também se escreve, ficcionalmente narrada, em seus variados textos, dissimulada, mascarada, diluída e profundamente arraigada na trama narrativa da escritora, principalmente na obra O lustre (1946), seu segundo romance. Utilizando o ponto de vista da psicanálise, as experiências de exílio, individuais ou compartilhadas, podem ser estudadas de modo a identificar os rastros de composição textual clariciana que erigem uma reconstrução poético-visual da história familiar e pessoal de Clarice. Por outro lado, o tema coloca em foco a condição humana atual e os movimentos migratórios e de exílio, bem como seu impacto no sujeito e na cultura, abarcando a esfera global e exigindo um repensar acerca da condição humana atual, quer em suas relações quer em suas produções artísticas e culturais.
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