Imperialismo, colonialismo e narrativas góticas: pontos de confluência
Visualizações: 946Palavras-chave:
Literatura Brasileira, Gótico, Colonialismo, ImperialismoResumo
As tensões geradas durante o período de revolução burguesa no século XVIII, na Inglaterra, inspiraram artistas e escritores na composição de um tipo de arte que contestava os imperativos da razão apregoados pelo Iluminismo, inaugurando assim a escrita gótica oitocentista, que recordava o mundo bárbaro da Idade Média (MONTEIRO, 2004). Rejeitada já nos seus primórdios, a narrativa gótica se opôs ao ideal estético-artístico apregoado no período, em que a busca pela perfeição era a forma privilegiada de produção artística e cultural. No Brasil, eventos como a vinda da família real, as investidas inglesas em nosso país, a criação da imprensa régia brasileira, o movimento de escritores e estudantes que faziam o percurso Brasil-Europa contribuíram, sobremaneira, para a circulação da literatura europeia em nosso meio, o que posteriormente inspiraria escritores a matizarem nuances do gótico em suas narrativas, embora em menor intensidade do que ocorreu na Inglaterra. Objetiva-se, neste artigo, delinear o percurso das narrativas góticas europeias em Terra brasilis e como tais narrativas comunicam-se com importantes acontecimentos sociais, políticos e econômicos que grassavam em colônias que viviam sob o domínio imperial europeu. Trata-se de um trabalho cuja metodologia se pauta em pesquisa bibliográfica que será devidamente referenciada ao longo do texto.
Referências
BRANTLINGER, Patrick. “Imperial Gothic: Athavismand the Occult in the British Adventure Novel, 1880-1914”. In: Rule of Darkness. British Literature and Imperialism, 1830-1914. London: Cornell University Press, 2013. p.176-193.
BYINGTON, Elisa Lustosa. A arquitetura e as Vidas de Vasari no âmbito da disputa entre as artes. A Vida de Bramante de Urbino: problemas de historiografia critica. 2004. 162 p. Dissertação (Mestrado em História da Arte). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo, 2004.
FERREIRA, Nadiá Paulo. “O insólito é o estranho”. In: GARCÍA, Flavio; MOTTA, Marcus Alexandre (Orgs.). O insólito e seu duplo. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009. p.107-123.
GUIMARÃES, Bernardo. “Dança dos Ossos”. In: BATALHA, Maria Cristina (Org.). O fantástico brasileiro: contos esquecidos. Rio de Janeiro: Caetés, 2011. p.82-102.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
LOVECRAFT, H.P. O horror sobrenatural em literatura. São Paulo: Iluminuras, 2008.
MONTEIRO, Maria Conceição. Na aurora da modernidade: a ascensão dos romances gótico e cortês na literatura inglesa. Rio de Janeiro: Caetés, 2004.
RÉMOND, René. O século XIX. 1815-1914. São Paulo: Cultrix, 1974.
VASCONCELOS, Sandra Guardini Teixeira. Dez lições sobre o romance inglês do século XVIII. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.
WELLS, H. G. A Ilha do Dr. Moreau. Disponível em: <http://www.psb40.org.br/bib/b213.pdf>. Acesso em: ago. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).