SANGUE LATINO NO PALCO: NUANCES DE DECOLONIALIDADE NA ARTE DE NEY MATOGROSSO
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Música Popular Brasileira, Teoria Decolonial, Performance Artístico-musicalResumo
No presente manuscrito, propomos discutir a performance artístico-musical do cantor Ney Matogrosso, ao longo de seus 45 anos de carreira no cenário da música popular brasileira, em que foram lançados 35 discos com vendagem superior a 25 milhões de cópias. Analisamos o compromisso estético decolonial do artista ao perceber seu discurso em defesa da cultura latino-americana, dos povos nativos e de sua performance inovadora nos palcos, quando lida com questões ligadas à liberdade sexual, androgenia e quebra de tabus. Para isso, apresentamos uma crítica da performance do artista à luz das teorias decoloniais e o seu posicionamento contrário ou, pelo menos, alheio às culturas europeias e norte-americanas. Como material de verificação, buscamos desenvolver uma análise crítico-descritiva utilizando a obra Sangue Latino, considerada pela crítica especializada o maior sucesso da carreira do artista (CUNHA, 2013) e por tematizar os principais elementos decolonizadores da Epistemologia do Sul (QUINJANO, 2005). Por fim, apontamos nuances como elementos comprobatórios da ideologia interpretativa e do posicionamento crítico do artista em relação ao fazer-se artista brasileiro, sul-americano, tupiniquim, pós-moderno e liberto de rótulos e classificações genéricas e redundantes da imposição globalizante, da modernidade, do tradicionalismo e do hegemônico.
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