Como os que invocam espíritos invoco – um estudo sobre as representações da memória em Wordsworth e Proust
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Figuração da Morte, Monumentalização, Memória Suplementar, Charles Swann.Resumo
O presente artigo visa a fazer um estudo comparativo entre os poemas I wandered Lonely as a cloud e We are seven, de Wordsworth (2006), e a figuração da morte de Charles Swann, um dos personagens-chave da obra Em Busca do Tempo Perdido (2004), de Marcel Proust. Como veremos, a sua personagem passará por uma espécie de apagamento, à medida que tem lugar central no primeiro livro e, no último livro, por outro lado, é lembrado com uma espécie de constrangimento por sua mulher, Odette, e por sua filha, Gilberte. Pensamos que a representação da morte em ambos os autores aparece menos como uma estabilização/ monumentalização do que como uma desestabilização, de um presente assombrado pelo passado. Para entendermos de que maneira essa desestabilização da figura dos mortos se opera nas obras, primeiramente faremos uma recapitulação do que significa estabilizar os mortos por meio do monumento, por meio de Françoise Choay (2001), Jaques Le Goff (1990) e Giorgio Agamben (2005). Tal hipótese e tal relação entre o poeta inglês e o romancista francês buscam embasamento teórico na afirmação feita por Aleida Assmann (2011) de que uma nova tradição da memória como suplemento é inaugurada por Wordsworth e continuada por Proust.
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