A aridez revisitada em Árido Movie e Cinema, aspirina e urubus: regionalismo além da literatura

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Palavras-chave:

Sertão, Seca, Regionalismo, Árido Movie, Cinema, aspirina e urubus

Resumo

Nesse artigo, propomos uma análise da aridez, tendo como objeto de estudo as obras cinematográficas contemporâneas, produzidas após o Cinema da Retomada. Mais especificamente, analisamos, como exemplo das mudanças operadas na representação cinematográfica do sertão, os filmes Árido Movie (2008), de Lírio Ferreira, e Cinema, aspirina e urubus (2007), de Marcelos Gomes. Nossa hipótese é que a aridez, mais do que leimotiv temático, é um operador de leitura presente em várias esferas, tempos e manifestações da cultura brasileira, a começar pela literatura. Nesse sentido, nossa análise, primeiramente, refaz o percurso diacrônico mantido entre a literatura regionalista de 30, o Cinema Novo e, por fim, as obras cinematográficas da contemporaneidade. Nosso objetivo é comprovar que a aridez, nosso corpus específico, seja na literatura, seja no cinema, é um mecanismo estruturador da forma, capaz de explicitar as relações profundas entre esta e o conteúdo.

Biografia do Autor

Ana Carolina Negrão Berlini de Andrade, Universidade Regional do Cariri

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Brasil, com período sanduíche na Università degli Studi di Genova – Itália. Professora Temporária da Universidade Regional do Cariri – Brasil

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Publicado

2020-12-04

Como Citar

NEGRÃO BERLINI DE ANDRADE, Ana Carolina. A aridez revisitada em Árido Movie e Cinema, aspirina e urubus: regionalismo além da literatura. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 26, p. 491–518, 2020. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4327. Acesso em: 26 abr. 2024.