O saber moral de Carolina Maria de Jesus: uma experiência de vida na invisibilidade urbana
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Carolina Maria de Jesus, Intelectuais negras, Subjetividade, Aforismos.Resumo
O presente artigo busca realizar uma breve análise do pensamento crítico de Carolina Maria de Jesus, contido em sua obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960), mais especificamente sobre seus aforismos, os quais permeiam o processo de construção de sua escrita poética e reflexiva ao longo do registro de seu cotidiano. A partir dos relatos de sua vivência, a autora utiliza a composição literária como instrumento de denúncia e emancipação social para expressar seu posicionamento diante da condição precária dos pobres, pretos favelados no Brasil do século XX, o que chama atenção pela sua postura de mulher negra que utiliza a linguagem literária em uma época em que não havia espaço no mundo das Letras para o discurso feminino, mais especificamente de uma negra em estado de miserabilidade e “iletrada”. Para fundamentar o contexto histórico e cultural, referente à inserção da mulher no universo literário, recorremos à teoria crítica do feminismo e aos pressupostos teóricos da crítica literária, entre os quais: bell Hooks (2014), Dijamila Ribeiro (2017), Antonio Candido (2000), FUNCK (2016), Gonçalves (2014), entre outros.
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