Adua: lampejos negros contra a história italiana racista

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Autores

  • Flavia Natércia da Silva Medeiros Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Adua, romance, Igiaba Scego

Resumo

Adua é a versão em português do terceiro romance de ficção criado pela jornalista, escritora e pesquisadora italiana Igiaba Scego, depois de Rhoda (2004) e Oltre Babilonia (2008). O livro, publicado na Itália em 2015, foi lançado no Brasil em 2018. Scego também escreveu livros infanto-juvenis, contos publicados em diversas coletâneas e crônicas e artigos em diversos meios de comunicação, textos de caráter assumidamente político. Em diversas entrevistas que concedeu, a autora afirmou e reafirmou seus propósitos de contribuir para que a Somália se torne mais amplamente conhecida e construir uma história negra da Itália. Assim, pode-se dizer que Scego usa a ficção para criar uma contranarrativa que dá voz àquela/es que, na condição de subalterna/os, tradicionalmente não podem falar (SPIVAK, 2010).

Biografia do Autor

Flavia Natércia da Silva Medeiros, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fez graduação em Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Campinas (1993), mestrado em Ecologia na Universidade Estadual de Campinas (1997), doutorado em Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo (2004) e pós-doutorado em Divulgação Científica e Percepção Pública da Ciência e da Tecnologia no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (2005-2007). Trabalhou 15 anos como jornalista especializada na cobertura de ciência e tecnologia. Foi repórter de diversas revistas - Superinteressante, Raça Brasil, Ciência e Cultura, Com Ciência, Inovação Uniemp-, jornais, como a Folha de São Paulo e o Correio Popular, e do portal Cosmo On Line. Entre os anos de 2007 e 2008, foi editora-assistente da revista Mente & Cérebro, editora de entrevistas do projeto Memória Roda Viva e consultora da Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo. Integrou a equipe que idealizou e executou o projeto "Biotecnologias de rua", desenvolvido em parceria pelo Labjor e pelo OLHO, Laboratório de Estudos Audiovisuais da Faculdade de Educação da Unicamp. Foi coordenadora no Brasil do projeto internacional ?Tecnologia de comunicação móvel: um estudo internacional dos impactos de medidas de precaução sobre a percepção de risco e a confiança?, liderado pelo Forschungszentrum Jülich GmbH (Alemanha). Realiza pesquisas de caráter quantitativo e qualitativo sobre a cobertura das biotecnologias e de outros temas, como doenças, pela mídia, bem como as percepções que o público geral forma sobre esses temas. Atualmente desenvolve o projeto de pesquisa "Tradução e crítica de um romance pós-colonial italiano" pelo departamento de Ciências da Literatura, estudando diversas questões a partir do romance "Adua", da escritora italiana Igiaba Scego.

Referências

BENJAMIN, Walter. A tarefa do tradutor. In: Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Trad. Susanna Kampf e Ernani Chaves. São Paulo: Livraria Duas Cidades/Editora 34, 2011.

CAPONETTO, Rosetta G. Blaxploitation Italian style: exhuming and consuming the colonial Black Venus in 1970s cinema in Italy. In: Calvi, M.V.; Bajini, I.; Bonomi, M. (eds.). Lingue migranti e nuovi paesaggi. Milano: Edizioni Universitarie di Lettera Economia Diritto, 2014.

LOMBARDI-DIOP, Cristina. Postracial/Postcolonial Italy. In: Lombardi-Diop, Cristina; Romeo, Caterina (eds). Post-colonial Italy: challenging national homogeneity. New York: Palgrave Mcmillan, 2012.

SCEGO, Igiaba. Adua. São Paulo: Nós, 2018.

SPIVAK, Gayatri C. Pode o subalterno falar? 1. ed. Trad. Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

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Publicado

2020-11-04

Como Citar

DA SILVA MEDEIROS, Flavia Natércia. Adua: lampejos negros contra a história italiana racista. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 4, n. 27, p. 183–189, 2020. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4812. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Resenhas