Escrevivências e movimentos (auto)formativos na pesquisa por uma educação antirracista

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Autores

  • Vaneza Oliveira Souza Universidade do Estado da Bahia - UNEB https://orcid.org/0000-0002-6587-0256
  • Carmelia Aparecida Silva Miranda Pós-Doutora em História (Universidade de Lisboa), Portugal. Doutora em História Social (PUC). Mestre em História Social (PUC). Graduada em História (UCSAL). Professora permanente do Mestrado Profissional em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Coordenadora do grupo de estudos em Hístória e Cultura Afro-brasileira (GEHAFRO). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Diversidade, Formação, Educação Básica e Discursos. https://orcid.org/0000-0003-1192-7744
  • Ana Lúcia Gomes da Silva Universidade do Estado da Bahia - UNEB https://orcid.org/0000-0002-3880-3322

Palavras-chave:

Escrevivência, Experiência, Práticas pedagógicas, Raça e gênero.

Resumo

Este texto apresenta os resultados parciais de pesquisa que toma como objeto de estudo as práticas pedagógicas que tratam sobre relações étnico-raciais e de gênero em uma escola do interior baiano. Objetiva apresentar as principais experiências dos professores/as colaboradores/as sobre suas práticas pedagógicas com as temáticas em questão, bem como as principias implicações no movimento de alteração da realidade observada, experienciada e refletida, narradas na escrevivência da pesquisadora como mulher-negra-professora, que entrecruza vida-pesquisa-formação, no entrelace com a empiria resultante dos dados parciais cultivados em campo. As escolhas teórico-metodológicos valorizam os modos de produção de conhecimento das escritoras e intelectuais negras, na ciência e na literatura, a exemplo da escrevivência de Conceição Evaristo, que inspira a conceber o texto acadêmico como uma escrita-vida (EVARISTO, 2005) que não se desvencilha das experiências da pesquisadora e suas/seus colaboradoras/es da pesquisa. Nas discussões teóricas dialogamos principalmente com Conceição Evaristo (2005, 2009), Carla Akotirene (2019), bell hooks (2017), Grada Kilomba (2019) e outras/os autoras/es. Os ateliês de pesquisa e o diário de bordo da pesquisadora foram os dispositivos escolhidos na construção de dados. Os resultados evidenciam, sobretudo, que professores e professoras mostram-se abertos/as e afetados/as para processos (auto)formativos em rede colaborativa e encontram-se em movimentos de gestação de práticas pedagógicas antirracistas e antissexistas, implementando atividades que vem se ampliando ao longo do ano letivo e que precisam ser sustentadas de forma sistemática pelo coletivo. Permanece como desafio a inserção sustentada nos currículos de todas as áreas de conhecimento e componentes curriculares.

Biografia do Autor

Vaneza Oliveira Souza, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Mestranda em Educação e Diversidade, pela Universidade do Estado da Bahia, Especialisata em Neuropedagogia e Psicanálise, Graduada em Letras e Pedagogia, Professora da Educação Básica pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, membro do grupo de pesquisa DIFEBA - Diversidade, Formação, Educação Básica e Discursos.

Carmelia Aparecida Silva Miranda, Pós-Doutora em História (Universidade de Lisboa), Portugal. Doutora em História Social (PUC). Mestre em História Social (PUC). Graduada em História (UCSAL). Professora permanente do Mestrado Profissional em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Coordenadora do grupo de estudos em Hístória e Cultura Afro-brasileira (GEHAFRO). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Diversidade, Formação, Educação Básica e Discursos.

Professora titular da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Pós-doutora em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFMT e líder do Grupo de Pesquisa DIFEBA.

Ana Lúcia Gomes da Silva, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Professora titular da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Pós-doutora em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFMT e líder do Grupo de Pesquisa DIFEBA. Endereço: Salvador-Bahia-Brasil. 

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Publicado

2020-09-21

Como Citar

SOUZA, Vaneza Oliveira; SILVA MIRANDA, Carmelia Aparecida; DA SILVA, Ana Lúcia Gomes. Escrevivências e movimentos (auto)formativos na pesquisa por uma educação antirracista. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 24, p. 507–533, 2020. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4819. Acesso em: 25 dez. 2024.