Eu, Nega Fya e a solidão da mulher preta

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Autores

  • Glauce Souza Santos Universidade Federal da Bahia

Palavras-chave:

solidão, eu, Nega Fya, mulheres negras, preterimento

Resumo

Reflito neste ensaio a respeito do tema solidão da mulher negra, a partir de leituras e interpretações do videoclipe Solidão da mulher preta (2018) de Nega Fya. Faço isso considerando a nossa solidão como um problema de ordem interseccional, conforme é discutido por Carla Akotirene (2018) e acionando a pesquisa de Ana Claudia Pacheco (2013) que mostra como as preferências afetivas são reguladas pelos distintivos raciais. Considero, na leitura do videoclipe as imagens representadas a partir da letra da canção e das performances. Lanço mão de leituras psicanalíticas feitas por Grada Kilomba (2019) e Neusa Santos Souza (1995) para problematizar sobre a fala da mulher negra, bem como sobre os episódios de racismo cotidiano que resgato no texto.

Biografia do Autor

Glauce Souza Santos, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda em Teorias e Críticas da Literatura e da Cultura no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestra na mesma área e instituição. Na mesma Universidade, integrou o grupo de pesquisa Corpus Dissidente: Poéticas da Subalternidade em Escritas e Estéticas da Diferença. Graduou-se em Letras Vernáculas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde participou do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Atua principalmente nos seguintes temas: teoria da literatura, literatura brasileira, literatura feminina, produção textual e ensino da língua portuguesa.

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Publicado

2020-09-21

Como Citar

SOUZA SANTOS, Glauce. Eu, Nega Fya e a solidão da mulher preta. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 24, p. 351–373, 2020. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4985. Acesso em: 20 abr. 2024.