Nossa arma-palavra: o ativismo intelectual das mulheres negras no poetry slam

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Autores

Palavras-chave:

poetry slam, interseccionalidade, slam das minas, literatura negra feminina, autodefinição

Resumo

Usar a palavra como arma é compreender o poder da sua própria voz como uma ferramenta de resistência e transformação. Tendo em vista a importância da criação de mulheres negras para o enfrentamento ao sistema de validação do conhecimento e, consequentemente, às estruturas de opressão, este trabalho traz - a partir, principalmente, da revisão bibliográfica de autoras feministas negras - uma reflexão sobre a poesia apresentada por poetas negras no Slam das Minas BA, batalha de poesias realizada em Salvador, como forma de ativismo intelectual. Ao articular principalmente gênero, raça e classe, muitas destas poesias refletem experiências coletivas das mulheres negras no Brasil.

Biografia do Autor

Amanda Julieta Souza de Jesus, Universidade Federal da Bahia

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (PPGLITCULT/UFBA) e integrante do Projeto de Pesquisa Etnicidades. Bolsista FAPESB.

Florentina da Silva Souza, Universidade Federal da Bahia

Professora Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal da Bahia, atua no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura do ILUFBA e no Programa de Pós- Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (CEAO-UFBA). Autora dos livros "Afrodescendência em Cadernos Negros e Jornal do MNU" e "Olhares sobre a literatura afro-brasileira".

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Publicado

2020-09-21

Como Citar

JESUS, Amanda Julieta Souza de; SOUZA, Florentina da Silva. Nossa arma-palavra: o ativismo intelectual das mulheres negras no poetry slam. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 24, p. 332–350, 2020. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4995. Acesso em: 18 abr. 2024.