Escritos afrodiaspóricos: uma leitura de Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
Visualizações: 659Palavras-chave:
Um defeito de cor, escrita de mulheres negras, afrodiásporaResumo
A escrita de mulheres negras – aqui representada por Ana Maria Gonçalves, reconstrói vivências e aciona memórias coletivas do passado escravocrata, bem como um presente em que ainda está a estigmatização dos corpos negros privados de identidade social, intelectual e cultural. Em uma narrativa que abrange 80 anos de história, é reconstruído – pela escrita de Kehinde – o contexto histórico do Brasil escravagista do século XIX. Há, em Um defeito de cor, narrativas e imagens do povo negro distanciadas do padrão canônico e hegemônico que desumaniza negras e negros. Além disso, a obra aponta para resgates históricos junto à representação identitária e ao protagonismo de negro apontam conceitos-chave para compreender a personagem Kehinde enquanto sujeita-protagonista de sua trajetória, que reconstrói e que subverte discursos branco-hegemônicos. A fim de provocar uma análise acerca da escrita de mulheres negras, este trabalho apresenta um olhar voltado às escritoras Ana Maria Gonçalves e Kehinde.
Referências
ALVES, Miriam. Brasilafro autorrevelado: literatura brasileira contemporânea. Nandyala Livraria Editora, 2010.
______. A literatura negra feminina no Brasil – pensando a existência. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, 2011.Disponível em: <http://www.abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/280>. Acesso em: 06 jan. 2020.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Boitempo Editorial, 2019.
CÔRTES, Cristiane Felipe Ribeiro de Araujo. Viver na fronteira: a consciência da intelectual diaspórica em Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Letras, UFMG, 2010.
EVARISTO, Conceição. Da representação à auto-apresentação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. Revista Palmares, v. 1, p. 52-57, 2005a.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. EDUFBA, 2008.
GAMA, Luiz. Carta a Lúcio de Mendonça, 25/07/1880. In: FERREIRA, Ligia Fonseca [organização, apresentação e notas]. Com a palavra, Luiz Gama. Poemas, Artigos, Cartas, Máximas. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2011.
GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. 15 ed. – Rio de Janeiro: Record, 2017.
______. Entrevista concedida a Robson AlkmiM, 2012. Disponível em: http://soulart.org/artes/um-defeito-de-cor/. Acesso em: 12 de jan. 2020
______. Entrevista Concedida a Cláudia Lamego, 2018. Disponível em: < https://www.record.com.br/um-defeito-de-cor-de-ana-maria-goncalves/> Acesso em 13 nov.2019.
______.; MADDOX, John. Inspiração e viagens através da diáspora: Uma entrevista com Ana Maria Gonçalves. In: Afro-Hispanic Review, Vol. 30, No. 2 (FALL 2011), pp.167-180.
MARTINS, Leda. O feminino corpo da negrura. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, v. 4, p. 111-121, 1996.
NASCIMENTO, Maria Beatriz. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra (1985). In: RATTS, Alex. Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza, 2007.
SILVA, Fabiana Carneiro da. Quando o que se discute é a realidade: Um defeito de cor como provocação à história. pp. 71-109 Afro-Ásia, núm. 55, 2017.
VASCONCELOS, Vânia. No colo das iabás: maternidade, raça e gênero em escritoras afro-brasileiras. Edições Demócrito Rocha, 2014.
WERNECK, Jurema. Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo. Revista da ABPN, v. 1, n. 1, mar-jun 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).