A Casa da Água, de Antonio Olinto: mitos e corpos femininos no espaço da diáspora africana
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Antonio Olinto, A Casa da Água, Mitologia dos Orixás, corpo, espaçoResumo
Antonio Olinto tece as narrativas que se entrecruzam na representação da mulher da diáspora, em sua obra mais célebre, a trilogia Alma da África (OLINTO, 2007), que principia com o romance A Casa da Água (OLINTO, 2007. (1)), publicado inicialmente em 1969. Olinto evidencia a experiência feminina e a importância fundamental da família matrifocal, tanto dentre os brasileiros retornados e seus descendentes quanto na sociedade tradicional africana. A figura da matriarca é fundamental à descolonização dos países africanos e à reorganização das sociedades que surgiram e resistiram a partir dos escravizados e seus descendentes. Remontando às míticas iyabás, a um só tempo, deusas e rainhas da cultura orixaísta, este estudo tem por apoio autores como Linda Hutcheon, que analisa o romance pós-moderno; Carl Gustave Jung e suas reflexões sobre os arquétipos e, finalmente, Eleázar Meletínski, dentro de seus estudos sobre as mitopoéticas, aproximando o romance de Olinto das narrativas míticas orixaístas, correntes na cultura afroperspectivista.
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