A morte como cotidiano de quem vive e como recusa à alienação: um percurso pelas poéticas de Manuel Bandeira e Hilda Hilst

Visualizações: 592

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/revell.v1i28.5889

Palavras-chave:

Morte, Tradição, Ruptura, Manuel Bandeira, Hilda Hilst.

Resumo

Traçamos neste artigo uma abordagem comparatista a partir do tema da morte entre uma seleção de poemas de Manuel Bandeira (Recife, 1886 – Rio de Janeiro, 1968) e a obra Da morte: odes mínimas (1980), de Hilda Hilst (Jaú, 1930 – Campinas, 2004), observando as relações com a tradição poética ocidental e as proposições de ruptura que ambos empreendem, considerando o farol bandeiriano e os desdobramentos propostos pela poeta paulista. A partir de Bourdieu (1989, 2004); Perrone-Moisés (1990); Mbembe (2018); Ariès (2000); Sena (1961) e Grando (2014), observamos os diálogos possíveis entre a obra do modernista e a de Hilst publicada já na segunda metade do século XX. Ainda, destacamos que a escolha particular de ambos por vidas reclusas, inteiramente dedicadas à literatura, revela a consciência de recusa à alienação.

Biografia do Autor

Ana Clara Magalhães de Medeiros, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Doutora em Literatura e Práticas Sociais pela Universidade de Brasília (UnB). Docente na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas (FALE/UFAL). Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (PPGLL/UFAL).

Renata Pimentel Teixeira, Departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPe)

Doutora em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é Professora Associada do Departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco. 

Referências

ARIÈS, Philippe. O homem perante a morte. 2. ed. Trad. Ana Rabaça. Portugal: Europa-América, 2000.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. 6. ed. Trad. Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec; Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Volume único. André Seggrin (Org.). 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009.

BANDEIRA, Manuel. Poesias reunidas: Estrela da vida inteira. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 1989.

COULANGES, Fustel. A Cidade antiga. São Paulo: Martin Claret, 2006.

GRANDO, Cristiane. Pela estrada das Odes Mínimas de Hilda Hilst. Antares: Letras e Humanidades, vol. 6, n. 11, jan-jun 2014. Disponível: file:///C:/Users/aclar/Downloads/Sobre%20a%20Morte%20nas%20Odes%20Minimas%20HH_Cristiane%20Grando.pdf. Acessado em 02/02/2021.

HILST, Hilda. Da morte: odes mínimas. In: HILST, Hilda. Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2020, p. 301-404.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1, 2018.

PERRONE-MOISÉS, Leyla. Flores da escrivaninha. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.

PÉCORA, Alcir. Nota do organizador. In: HILST, Hilda. Da morte. Odes mínimas. São Paulo: Globo, 2003, p. 7-10.

PENNA, Heloísa M. Moreira. Implicações da métrica nas Odes de Horácio. 343 f. Tese (Doutorado em Letras Clássicas) – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo (SP). Disponível: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-17122007-120823/publico/TESE_HELOISA_M_M_MOREIRA_PENNA.pdf. Acessado em 06/02/2021.

SENA, Jorge de. Da poesia Maior e Menor – A propósito de Manuel Bandeira. In: SENA, Jorge de. O poeta é um fingidor. Lisboa: Ática, 1961, p. 131-150.

SIMAS, Luiz Antonio; RUFINO, Luiz. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

Downloads

Publicado

2021-07-06

Como Citar

MEDEIROS, Ana Clara Magalhães de; TEIXEIRA, Renata Pimentel. A morte como cotidiano de quem vive e como recusa à alienação: um percurso pelas poéticas de Manuel Bandeira e Hilda Hilst. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 28, p. 10–35, 2021. DOI: 10.61389/revell.v1i28.5889. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/5889. Acesso em: 22 dez. 2024.