A morte como cotidiano de quem vive e como recusa à alienação: um percurso pelas poéticas de Manuel Bandeira e Hilda Hilst

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Autores

Palavras-chave:

Morte, Tradição, Ruptura, Manuel Bandeira, Hilda Hilst.

Resumo

Traçamos neste artigo uma abordagem comparatista a partir do tema da morte entre uma seleção de poemas de Manuel Bandeira (Recife, 1886 – Rio de Janeiro, 1968) e a obra Da morte: odes mínimas (1980), de Hilda Hilst (Jaú, 1930 – Campinas, 2004), observando as relações com a tradição poética ocidental e as proposições de ruptura que ambos empreendem, considerando o farol bandeiriano e os desdobramentos propostos pela poeta paulista. A partir de Bourdieu (1989, 2004); Perrone-Moisés (1990); Mbembe (2018); Ariès (2000); Sena (1961) e Grando (2014), observamos os diálogos possíveis entre a obra do modernista e a de Hilst publicada já na segunda metade do século XX. Ainda, destacamos que a escolha particular de ambos por vidas reclusas, inteiramente dedicadas à literatura, revela a consciência de recusa à alienação.

Biografia do Autor

Ana Clara Magalhães de Medeiros, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Doutora em Literatura e Práticas Sociais pela Universidade de Brasília (UnB). Docente na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas (FALE/UFAL). Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (PPGLL/UFAL).

Renata Pimentel Teixeira, Departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPe)

Doutora em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é Professora Associada do Departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco. 

Referências

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Publicado

2021-07-06

Como Citar

MEDEIROS, Ana Clara Magalhães de; TEIXEIRA, Renata Pimentel. A morte como cotidiano de quem vive e como recusa à alienação: um percurso pelas poéticas de Manuel Bandeira e Hilda Hilst. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 1, n. 28, p. 10–35, 2021. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/5889. Acesso em: 28 mar. 2024.