Formação ambivalente da autonomia do sujeito e sua ruptura trágica em "De mim já nem se lembra"

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/revell.v2i29.6115

Palavras-chave:

"De mim já nem se lembra", ambivalência psicológica, autonomia, romance contemporâneo brasileiro, Luiz Ruffato.

Resumo

Procuramos evidenciar, neste artigo, a construção psicológica ambivalente do protagonista José Célio no romance De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato. A percepção de José Célio, relativa à sua migração para a Grande São Paulo e às suas relações ali, inscreve-se no sentido de uma dualidade pulsional, negando, assim, uma visão maniqueísta do mundo. Nas cartas para a mãe, que são o núcleo da narrativa, manifestam-se as ambiguidades afetivas do protagonista e a associação conflitiva com o que o rodeia: por exemplo, ao mesmo tempo que sente saudade da família, edifica outros vínculos; ao mesmo tempo que o trabalho lhe retira as horas de gozo, o próprio labor dá margem para a sua educação política no meio do regime ditatorial.  O desamparo, a perda do lugar estável, suscita, também, por meio da parcial porosidade de José Célio, a sua autonomia individual. Baseados nas ideias de Sigmund Freud (1986) acerca do desamparo, de Enrico Testa (2019) sobre a permeabilidade da personagem, de Franco Moretti (2020) a respeito do romance de formação e textos da fortuna crítica desse romance, mostramos como coexistem, no registro da psicologia do protagonista, através das cartas à mãe, a nostalgia e a potente vontade de edificar o futuro, rompida por uma morte prematura e também ambígua.

Biografia do Autor

Pedro Barbosa Rudge Furtado, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Mestre em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Brasil. Doutorando em Estudos Literários na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Brasil ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-4786-0716. E-mail: pedro.sonata@gmail.com

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Publicado

2021-11-30

Como Citar

FURTADO, Pedro Barbosa Rudge. Formação ambivalente da autonomia do sujeito e sua ruptura trágica em "De mim já nem se lembra". REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 2, n. 29, p. 77–98, 2021. DOI: 10.61389/revell.v2i29.6115. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/6115. Acesso em: 21 nov. 2024.