A metaficção historiográfica em Machado, romance de Silviano Santiago
Visualizações: 720DOI:
https://doi.org/10.61389/revell.v2i29.6471Palavras-chave:
Literatura, história, metaficção.Resumo
Este trabalho é sobre o romance Machado (2016), de Silviano Santiago, cujo propósito principal é compreender as relações entre Literatura e História presentes na ficcionalização do escritor Machado de Assis como personagem. Nesse sentido, buscamos alguns apontamentos de György Lukács em O romance histórico (2011), pois a discursividade na ficção é apresentada por meio da mescla indissociável entre o discurso ficcional e o histórico. Ambos são constituídos pela textualização em prosa, porém o primeiro diz respeito ao imaginário e o segundo ao factual. Logo, verifica-se a problematização da narrativa por ser permeada pela organização subjetiva e metadiscursiva do narrador-personagem, o qual faz apontamentos acerca de sua forma de narrar e da vida e da obra do escritor ficcionalizado, de modo a evidenciar seu conhecimento especializado a respeito da história do Rio de Janeiro, da história da literatura e de crítica literária. É importante compreender as definições de metaficção historiográfica, propostas por Linda Hutcheon, em A poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção (1991), justamente por se tratar de uma ficção histórica contemporânea que apresenta uma narrativa intensamente autoconsciente. Esses traços são evidenciados a partir das análises de recortes do romance e das referências críticas e teóricas de que dispomos.
Referências
ANDERSON, Perry. Trajetos de uma forma literária. Novos estudos, n. 77, p. 205-220. São Paulo. Mar. 2007. CEBRAP. Disponível: https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000100010. Acesso 07/06/2021.
ASSIS, Machado de. A chinela turca. In: Papéis avulsos. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
BASTOS, Alcmeno. Romance histórico: por que é “romance” e por que é “histórico”. In: Introdução ao Romance Histórico. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2007.
COSTA LIMA, Luiz. A narrativa na escrita da história e da ficção. In: A aguarrás do tempo: estudos sobre a narrativa. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
ESTEVES, Antonio Roberto. O romance histórico brasileiro contemporâneo (1975-2000). São Paulo: UNESP, 2010.
FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. 2ª ed. Trad. Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2009.
HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. 7ª ed. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix/EdUSP.
LUKÁCS, György. A forma clássica do romance histórico. In: O romance histórico. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2011.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Mutações da literatura no século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
REIS, Carlos. História literária e personagem da História: os mártires da literatura. In: MOREIRA, Maria Eunice (Org.). Percursos críticos em história da literatura. Porto Alegre: Libretos, 2012.
SANTIAGO, Silviano. Anotações sobre "Fisiologia da composição", pelo autor. Suplemento Pernambuco: jornal literário da companhia editora de Pernambuco. p. 1-5, 12 dez. 2020. Disponível: http://www.suplementopernambuco.com.br/in%C3%A9ditos/2593-anota%C3%A7%C3%B5es-sobre-fisiologia-da-composi%C3%A7%C3%A3o-,-pelo-autor.html. Acessado em 28/06/2021.
SANTIAGO, Silviano. Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
SANTOS, Luís Alberto Brandão; OLIVEIRA, Silvana Pessôa de. Narrar o tempo. In: Sujeito, tempo e espaço ficcionais: introdução à teoria da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
WEINHARDT, Marilene. Considerações sobre o romance histórico. Revista Letras, n. 43, p. 49. Curitiba: UFPR, 1994. Disponível: file:///C:/Users/Lg/Downloads/19095-67602-1-PB.pdf. Acessado em 07/06/2021.
WHITE, Hayden. Texto histórico como artefato literário. In: Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. 2ª ed. Trad. Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: EDUSP, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).