Memória e História em Mestre Tamoda, de Uanhenga Xitu
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https://doi.org/10.61389/revell.v3i30.6770Palavras-chave:
História, Memória, Resistência, Uanhenga Xitu, Mestre Tamoda.Resumo
Este estudo propõe analisar a representação do passado, enfatizando como o elemento memória constitui-se no âmbito da ficção na obra angolana Mestre Tamoda, de Uanhenga Xitu, publicada pela primeira vez em 1974. Isso porque nessa narrativa, percebe-se um acontecimento histórico constitutivo do fazer literário. Ademais, demonstrar-se-á como essa construção literária demonstra um posicionamento ideológico sobre a reescritura dos fatos ocorridos durante a colonização angolana. Nesse sentido, o objetivo deste estudo será o de apresentar alguns artifícios da referida obra à luz da teoria da memória sobre o contexto colonizado a partir da ótica de Uanhenga Xitu, que por sua vez, apropria-se de elementos memorialísticos para compor sua narrativa, bem como fatos da história para a ficcionalização de suas lembranças. Portanto, a análise a ser realizada, propicia a compreensão de como as memórias coletivas, individuais e históricas delineiam o cenário proposto no conto Mestre Tamoda, de Uanhenga Xitu, a ponto de indicar a resistência de sua “sanzala” diante da imposição da cultura portuguesa. Por este caminho, analisaremos o romance de Uanhenga Xitu, que reflete sobre o próprio processo de elaboração artística e, ao mesmo tempo, utiliza a história e a memória como fios condutores da organização da obra. A discussão proposta fundamentar-se-á em Peter Burke (1992); Hayden White (1994); Seligmann-Silva (2003); Paolo Rossi (2010); Aleida Assmann (2011) e Halbwachs (2013).
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