O outsider nordestino na obra O Cabeleira de Frank Távora
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https://doi.org/10.61389/revell.v2i32.7057Palavras-chave:
Banditismo, Outsider, Personagem, LiteraturaResumo
Este artigo visa debater a questão da construção social da figura do outsider, tomando como exemplo a ficção literária, baseada nos ditos populares. Isso nos leva a análise da obra O Cabeleira de Frank Távora e ao mesmo tempo às reflexões sobre um personagem ambíguo, pois Cabeleira é ao mesmo tempo José Gomes. O primeiro é fruto da socialização feita pelo pai e o segundo é seu tipo ainda na infância, sob os cuidados da mãe e predisposto as questões religiosas. Esta tensa relação entre formas distintas de socialização, nos indica que a formação deste outsider, recebe uma importante conotação: ao invés de se formar o marginalizado, se forma o marginal, não como vítima, mas como algoz, que muda de forma conforme o alvo que quer atingir. Se o Estado, seu enquadramento será como possível justiceiro, se o povo, um selvagem que precisa ser impedido antes que destrua mais uma vida. Assim se constrói um perfil violento, evidenciado pelas análises sociológicas/teóricas e sua história a partir do próprio texto literário, indicando as nuances de uma personagem e suas implicações sociais.
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