A ironia e o humor em narrativas infantis contemporâneas
revisitando os estereótipos de gênero
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i34.7110Palavras-chave:
personagem feminina, ironia, cultura, papéis de gêneroResumo
Este estudo busca analisar a ironia e o humor como ferramentas de questionamento acerca da representação da personagem feminina nas narrativas infantis contemporâneas Até as Princesas Soltam Pum, de Ilam Brenam (2008) e A revolta das princesas, de Céline Lamour-Crouchet (2013). Ambas são aqui tomadas como exemplos de histórias infantis que revisitam o ideário clássico de princesa e os estereótipos de gênero, questionando-os e, inclusive, ironizando-os. Trata-se de uma forma de atuar no processo de desconstrução do discurso patriarcal e de suas reduplicações ideológicas de papéis de gênero que deve ser incorporada pela literatura nacional, incluindo a infantil. O discurso colonial, calcado na cultura falocêntrica, definiu um estereótipo da mulher ideal que pode e deve ser questionado pela arte, enquanto produto da cultura. Neste segmento, a ironia e o humor são mobilizados como estratégias para atingir o público infantil, mas também, como ferramentas narrativas que podem levar a criança a entender e a questionar os padrões que a cerca, despertando o senso crítico, subvertendo situações já conhecidas e oferecendo perspectivas de leitura diferentes.
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