Santa Rita Pescadeira
o mito em Torto arado, de Itamar Vieira Júnior
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i34.7129Palavras-chave:
Literatura, Mito, Santa Rita Pescadeira, Torto AradoResumo
Este trabalho buscou analisar a manifestação mítica de Santa Rita Pescadeira, em Torto Arado, de Itamar Vieira Junior. Calcado nos condicionamentos teóricos de Ernst Cassirer, Mircea Eliade, André Jolles e André Dabezies, com vistas a definir o alcance e os limites da transposição do mito para a literatura, adotamos como categoria analítica a personagem, delineada em dois movimentos no enredo. No primeiro, ela expressa o caráter de resistência instaurado por sua atuação na Fazenda Água Negra; e, no segundo, ocorre a sua libertação, concretizada no desfecho do relato. A analise se propôs a desenvolver, em um percurso da ficção para a realidade, uma discussão sobre a manutenção e a resistência ancestral das práticas significativas, entre a sacralização e a dessacralização. Assim, acolheu-se o pressuposto de que, ao rememorar-se na narrativa, a encantada do jarê, Santa Rita Pescadeira, não resgata somente a história dos quilombolas do sertão baiano e do Brasil. Ao colocar em evidência o legado traumático da escravidão, bem como as crenças, descrenças e esperanças a ela vinculadas, a atuação da personagem naquela comunidade possibilitou uma tomada de consciência política, de fé e de luta, demonstrando como o mito, da oralidade à escrita, atua atemporalmente na transformação da sociedade.
Referências
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