Não devore meu coração uma questão de encaixe estrutural

Visualizações: 85

Autores

  • Rute Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Palavras-chave:

: Transcriação; Haroldo de Campos; Não Devore Meu Coração; Curva de Rio Sujo

Resumo

O propósito desse artigo é realizar um estudo crítico entre a linguagem cinematográfica e a linguagem literária, com base nos pressupostos teóricos sobre o processo de transcriação de Haroldo de Campos a fim de demonstrar o processo ocorrido na obra fílmica Não Devore Meu Coração, do diretor brasileiro Felipe Bragança (2017) ocorrido na estrutura linear de dois contos da obra Curva de Rio Sujo (2003), do escritor Joca Reiners Terron. A obra cinematográfica é dividida em cinco capítulos e trata, em uma narrativa maior, das relações conflituosas entre brasileiros e paraguaios, na fronteira entre os dois países. Nela o cineasta ‘encaixa’, de forma descontinuada, os dois contos de Terron. Estudando o processo de tradução/transcriação da narrativa literária para a linguagem cinematográfica estabeleceu-se uma relação entre literatura e cinema; possíveis diálogos entre ambas as linguagens, assim como suas especificidades. A investigação revela que a tradução/transcriação audiovisual transporta a trama para espaço e época diversos, fazendo-se necessárias algumas mudanças temáticas e de conflitos, porém a essência permanece a mesma da obra do escritor cuiabano Joca Reiners Terron. Para tal leitura tomamos por base, para além dos conceitos críticos e literários, relacionados à estética literária, também nos servirão como aporte estudos referentes à literatura e cinema, tais como Haroldo de Campos (2013), André Bazin (1991), Roman Jakobson (1999), Robert Stam (2006), Jacques Aumont (1995, 2003, 2010), Gérard Genette (2006), Joca Reiners Terron (2013), Ismael Xavier (2003).

Biografia do Autor

Rute Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestranda em Estudos de Linguagens na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-3553-4139. E-mail: ruteeloisio@gmail.com.

Referências

AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. A Análise do Filme. Tradução de Marcelo Felix. Rio de Janeiro: Texto e Grafia. 2010.

AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. Dicionário teórico e crítico do cinema; tradução Eloisa Araújo Ribeiro. – Campinas. SP: Papirus, 2003. Disponível em <https://cineartesantoamaro.files.wordpress.com/2011/05/dicionario-teorico-e-critico-de-cinema-jacques-aumont-michel-marie.pdf> Acesso em: 10 de junho de 2021.

AUMONT, Jacques...et ai tradução Marina Appenzeller; revisão técnica Nuno Cesar P. de Abreu. A estética do filme. - Campinas, SP: Papirus, 1995.

BAZIN, André. O cinema: ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1991.

BENJAMIN, Walter. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Brasiliense, 1984.

CAMPOS, Haroldo de. Transcriação. Organização Marcelo Tápia e Thelma Médici Nóbrega. São Paulo: Perspectiva, 2013.

GENETTE, Gérard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Belo Horizonte, FALE/UFMG, 2006.

JAKOBSON, Roman. Lingüística e Comunicação, trad. Isidoro Bliksteim e José Paulo Paes. 22ª ed., São Paulo: Cultrix, 1999.

STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Ilha do Desterro, 2006, p.19-53.

TERRON, Joca Reiners. Curva de Rio Sujo. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003.

XAVIER, Ismail. Do texto ao filme: a trama, a cena e a construção do olhar no cinema. In: PELLEGRINI, Tânia. et al. Literatura, cinema, televisão. São Paulo: SENAC, Instituto Itaú Cultural, 2003.

REFERÊNCIA FÍLMICA

NÃO DEVORE MEU CORAÇÃO. Direção de Felipe Bragança. Duas Mariolas Filmes. Coprodução: Globo Filmes/Canal Brasil/Revolver Amsterdam. Damned Films/Mutuca Filmes, 2017. 108 min. Sonoro e colorido.

Downloads

Publicado

2022-08-26

Como Citar

SILVA, Rute. Não devore meu coração uma questão de encaixe estrutural. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [S. l.], v. 3, n. 30, p. 169–188, 2022. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/7145. Acesso em: 1 maio. 2024.