Loreta Valadares e a violência de gênero na ditadura militar brasileira
Visualizações: 645DOI:
https://doi.org/10.61389/revell.v2i32.7169Palavras-chave:
Violência de gênero, Ditadura militar brasileira, Loreta ValadaresResumo
A violência de gênero é praticada nos mais variados ambientes; em contextos patriarcais, espera-se que a mulher fique restrita ao espaço doméstico e que o poder seja exercido somente por homens. Na ditadura civil militar brasileira, as mulheres que se inseriram na luta com o objetivo de livrar o país da repressão e do silenciamento foram presas, torturadas e mortas; a violência praticada consistia em humilhar e rebaixar a mulher para que ela retornasse ao ambiente privado. Com o objetivo de analisar a violência de gênero que foi praticada durante a ditadura militar brasileira recorre-se ao livro Estilhaços – em tempos de luta contra a ditadura, de autoria da ex-militante Loreta Valadares. Para fundamentar os estudos sobre memória serão feitas leituras de Gagnebin (2006), Polak (1989) e Sarlo (2007) e recorre-se a Lerner (2019), para compreensão do contexto patriarcal; Ferreira (1996), Rosa (2013) e Colling (1997) são utilizadas para discussão da participação feminina na ditadura brasileira. Percebe-se que durante esse período, era praticada uma violência específica contra as mulheres pelo fato delas estarem transgredindo o que a sociedade havia predeterminado como um comportamento adequado para a mulher. Desviar-se desse modelo era inaceitável e significava que essa figura feminina era um desvio de mulher.
Referências
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório / Comissão Nacional da Verdade. – Recurso eletrônico. – Brasília: CNV, 2014. 976 p. – (Relatório da Comissão Nacional da Verdade; v. 1)
BRASIL. Lei nº 14.192, de 04 de agosto de 2021. Estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher.
COLLING, Ana Maria. A resistência da mulher à ditadura militar no Brasil. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.
CULVER, V. Mulher-Guerreira: Desenvolvimento da Identidade de Gênero das Mulheres nas Forças Armadas Americanas. Journal of the Student Personnel Association da Indiana University , p. 64-74, 9 de maio de 2013.Disponível em: <https://scholarworks.iu.edu/journals/index.php/jiuspa/article/view/3674>. Acessado em 21/8/2020.
EDWARDS, Keith E.; JONES, Susan R. Putting My Man Face On: A Grounded Theory of College Men’s Gender Identity Development. Journal of College Student Development, vol. 50, nº 2, 2009, p. 210-228. Disponível em: <https://muse.jhu.edu/article/260883/pdf#info_wrap>. Acessado em: 21 de agosto de 2020.
FERREIRA, Elizabeth F. Xavier. Mulheres, militância e memória. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1996.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.
HALBWACHS, M. A Memória coletiva. Trad. de Laurent Léon Schaffter. São Paulo, Vértice/Revista dos Tribunais, 1990.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Trad. Dora Rocha Flaskman. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.3-15, 1989.
ROSA, Susel Oliveira da. Mulheres, ditaduras e memórias: “Não imagine que precise ser triste para ser militante”. São Paulo: Intermeios; Fapesp, 2013. 326 p.
SANTOS, Heloísia Nunes dos. Memórias militantes: narrativas autobiográficas de militantes da Ação Popular. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2017.
SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Trad. Rosa Freire de Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2007.
VALADARES, Loreta. Estilhaços: em tempos de luta contra a ditadura. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo, 2005. 303 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).