A vida em ruína
a condição marginalizada do sujeito em “Uma história inverossímil”, de Luiz Ruffato
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i34.7171Palavras-chave:
Literatura contemporânea;, realismo, Desenraizamento, Luiz RuffatoResumo
O objetivo do presente estudo é analisar uma das micronarrativas presentes na obra Flores artificiais (2014) de Luiz Ruffato denominada “Uma história inverossímil”. Pretende-se refletir como os aspectos de sua construção espelham questões da sociedade e dos impactos dos trágicos acontecimentos da modernidade na identidade do sujeito. Esses são representados pela figura do personagem Robert Willian Clarke (apelido Bobby), que, mesmo achando-se alheio aos episódios históricos, estava desde cedo sendo atingido por eles. Fora alvo da marginalização e exclusão por precisar passar pelo processo de desenraizamento e, como consequência, encarar inúmeras experiências traumáticas que transformaram toda sua identidade. Pode-se perceber que a contemporaneidade instiga os escritores à renovação de suas formas literárias para retratar as questões sociais, incorporando esteticamente a realidade à obra e situando-a como uma força transformadora. Ruffato, atento às urgências do contexto contemporâneo trabalha com a ficcionalização do autor e com a sobreposição de pontos de vistas, ao dar espaço para que Bobby vítima das agruras da guerra e do deslocamento contribua para o testemunho do que foi o século XX e suas implicações. Nesse sentido, dá continuidade às heranças literárias do realismo, destacando novas maneiras de evocar a realidade mais do que apenas pelo “efeito” do real, mas através de procedimentos que diluem as fronteiras entre realidade e ficcionalidade. A discussão proposta fundamenta-se nos estudos de Schøllhammer (2009; 2016); Santos (2001); e Rancière (2021), dentre outros.
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